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25/07/25 O Mirante Online
Susana Cruz: a força tranquila e discreta da cultura em Coruche
Susana Cruz conhece Coruche de dentro para fora, como quem viveu cada etapa do território. Cresceu na Branca, saiu para estudar e voltou com ferramentas para transformar. É hoje vereadora da cultura, do turismo e do desenvolvimento económico, mas antes disso já tinha sido técnica de planeamento estratégico, autarca na freguesia natal e rosto de uma geração que aprendeu a não esperar por oportunidades, criando-as. O seu percurso entrelaça o lado técnico com o político, o institucional com o comunitário, e é essa visão plural que transporta para a vereação. Nesta entrevista, Susana Cruz, que está de saída do cargo de vereadora, fala sobre os desafios da cultura e do turismo num território com uma localização entre o Alentejo e o Ribatejo. De técnica da câmara a vereadora. Que balanço faz deste percurso? Sente que foi fácil despir a camisola de funcionária? Sinto-me satisfeita com esse percurso e orgulhosa do contributo que tenho dado à autarquia e à minha terra. Sempre encarei este trabalho com sentido de missão, com dedicação, e tenho investido o meu tempo e empenho tanto como técnica como vereadora. É verdade que não é fácil desligarmo-nos da camisola. A pessoa é a mesma, independentemente do cargo que se ocupa. Tenho a humildade suficiente para distinguir as funções e manter a mesma atitude, quer numa situação, quer noutra. Claro que o cargo de vereadora traz responsabilidades diferentes das de técnica, mas sempre assumi cada função com grande empenho e sentido de responsabilidade. O pelouro da cultura e do turismo não tem o palco que outros domínios têm? Todas as áreas são importantes e fazem parte das competências da câmara municipal. Não se trata de ter palco ou não, cada área tem a sua relevância. É verdade que os cidadãos se preocupam bastante com a qualidade de vida, com aquelas questões mais visíveis, como as obras, os passeios, o problema da sua rua. Mas pelouros como a cultura, o turismo, o desenvolvimento económico e a comunicação também têm um grande impacto na sociedade. É conhecida pelo trabalho nos bastidores. Sente-se confortável nesse papel? Sinto-me confortável no papel mais discreto, nos bastidores. É preciso muito planeamento e preparação para que as coisas corram bem, e alguém tem de o fazer. Essa é a minha forma de estar. Sou uma pessoa de fazer, de acção e o resto vem por acréscimo. Há quem diga que nunca houve uma equipa tão coesa na cultura como a que lidera. Fico feliz por ouvir isso. Para se construir uma equipa assim é preciso acreditar nas pessoas e no potencial de cada um. Gosto de dar oportunidades e incentivo a todos. É assim que se constrói uma equipa. A política é um meio onde ainda domina o sexo masculino. Sendo mulher, sentiu que o julgamento sobre si foi mais exigente? Sinto que as coisas têm vindo a mudar. Nunca senti discriminação. Sempre me senti bem integrada desde que entrei no município. A conciliação entre a vida pessoal e profissional ainda é sempre mais exigente para a mulher do que para o homem. Tenho uma filha e, sem o apoio dos meus pais, não conseguiria dedicar-me de corpo e alma a esta função. Há dinheiro que falta ou dinheiro mal usado nos grupos culturais? Pode dar exemplos? Sabemos que muitas associações vivem com recursos mínimos. O município tem um papel fundamental. Cresci no seio do movimento associativo e sei que o sucesso das associações depende do trabalho e da dedicação de todos. Não se pode criar uma associação com a ideia de viver apenas dos subsídios da câmara ou da junta. É preciso muito voluntariado, carolice e espírito de missão. O movimento cultural em Coruche está em declínio? O movimento cultural tem mantido alguma vitalidade. Temos dez grupos folclóricos, quatro deles federados, que continuam a desempenhar um papel fundamental nas suas terras. São também uma alternativa para muitos jovens que, de outra forma, não teriam tantas oportunidades. Na sede de concelho temos outras associações relevantes, não se pode dizer que estamos em crise. Coruche está entre o Ribatejo e o Alentejo. Em que lado se sente mais? Sinto-me de Coruche. Temos alma ribatejana, perfeitamente vincada, mas também temos grandes laços com o Alentejo. Muitos dos nossos vizinhos pertencem ao Alentejo e temos projectos comuns, como o PROVERE - Montado de Sobro e Cortiça, que me é especialmente querido. Estamos no melhor de dois mundos. Mas somos ribatejanos e assumimos isso de alma e coração. As grandes empresas deviam apoiar mais o associativismo? Os grandes grupos apoiam pouco a vida associativa local. O Grupo Amorim está no concelho, mas pouco ou nada se vê no apoio às colectividades. Há mais casos assim? É como tudo... As empresas com grande dimensão estão num nível que, por vezes, têm dificuldade de descer cá abaixo. A experiência que tenho tido a nível institucional não é má. Mas reconheço com a política dos grandes grupos económicos não é a mesma dos grupos pequenos e de proximidade. A hotelaria é o calcanhar de Aquiles de Coruche? Diria que continua a ser o ponto fraco. Ainda recentemente, com a realização do Festival Terras Sem Sombra, e também de uma prova de todo-o-terreno no Couço, todos os alojamentos estavam lotados. Fiz várias chamadas para unidades hoteleiras e alojamentos locais, e confirmei isso. Não é por acaso que o município tem já identificado um terreno para a instalação de um novo empreendimento hoteleiro, assunto que já foi a reunião de câmara. Queremos que Coruche continue a crescer. Há projectos turísticos importantes como a praia fluvial, o futuro Centro de Interpretação Ambiental na Herdade dos Concelhos, uma rede de percursos pedestres em todas as freguesias, e uma forte ligação à natureza, ao montado, ao rio. Coruche tem uma localização privilegiada, muito perto de Lisboa, e um património natural e histórico riquíssimo. Por isso, precisamos de uma resposta em termos de hotelaria com outra escala e qualidade. O que tem ficado por fazer? Um dos projectos a que me dediquei com especial atenção nos dois últimos anos foi o Centro Cultural de Coruche. É um equipamento de excelência, do ponto de vista arquitectónico e funcional, que irá dar resposta às necessidades culturais das associações, mas também permitirá acolher determinados espectáculos, que actualmente não conseguimos receber por falta de condições. O projecto está concluído e pronto a ser desenvolvido. Espero sinceramente que, quem vier a seguir, tenha a vontade de o implementar. Se tivesse de escolher um evento como bandeira do seu trabalho, qual seria? Seria, sem dúvida, o Plano Anual de Eventos do Município. É a nossa imagem de marca. A área da juventude foi uma prioridade. Para além disso, mantivemos os grandes eventos gastronómicos e continuámos a organizar a FICOR, que acompanho desde a primeira edição. E quem é a Susana Cruz longe da vereação ou da autarquia? A verdade é que, nestes últimos anos, a minha vida tem estado totalmente dedicada a este projecto municipal. Venho da área da economia e do desenvolvimento regional e sempre acreditei no desenvolvimento do território, da minha terra e do meu concelho. Tenho-me dedicado de corpo e alma a este desafio. Para além disso sou mãe e gostaria de ter mais tempo para fazer outras coisas. Não podemos viver fechados no nosso mundo. Conhecer outras soluções e inspirações é essencial. Susana Gaspar Ribeiro da Cruz nasceu a 18 de Outubro de 1976, na freguesia da Branca, Coruche, onde desde cedo se envolveu na vida da sua localidade natal. Integrou o Rancho Folclórico, Recreativo e Cultural da Branca, participando activamente na dinamização e nos órgãos sociais. Nunca estudou em Coruche, pois com 12 anos prosseguiu a etapa escolar em Santarém. Ingressou na Universidade de Évora, onde se licenciou em Economia com especialização em Desenvolvimento Regional. Trabalhou uma década no sector privado, sobretudo a sul do Tejo, em consultoria empresarial e projectos de investimento ligados ao comércio local e centros históricos em cidades como Beja, Albufeira, Lagos e Setúbal. Integrou a Câmara de Coruche como técnica superior em 2010, coordenando o programa PROVERE "O Montado de Sobro e Cortiça", tendo depois liderado a Divisão de Planeamento Estratégico. É membro da Ordem dos Economistas e da Ordem dos Contabilistas Certificados. Com percurso político iniciado em 1997 na Assembleia de Freguesia da Branca, foi presidente da mesma entre 2009 e 2021, tendo desempenhado também funções como secretária de um vereador e adjunta do presidente da câmara. Desde 2021 é vereadora a tempo inteiro eleita pelo PS, com pelouros nas áreas da economia, turismo, cultura, imprensa e relações públicas. Tem 48 anos, uma filha e esteve ligada a instituições sociais da sua freguesia natal, como o Ninho de Esperança - Associação de Solidariedade Social da Branca, integrando os corpos sociais. De técnica da câmara a vereadora. Que balanço faz deste percurso? Sente que foi fácil despir a camisola de funcionária? Sinto-me satisfeita com esse percurso e orgulhosa do contributo que tenho dado à autarquia e à minha terra. Sempre encarei este trabalho com sentido de missão, com dedicação, e tenho investido o meu tempo e empenho tanto como técnica como vereadora. É verdade que não é fácil desligarmo-nos da camisola. A pessoa é a mesma, independentemente do cargo que se ocupa. Tenho a humildade suficiente para distinguir as funções e manter a mesma atitude, quer numa situação, quer noutra. Claro que o cargo de vereadora traz responsabilidades diferentes das de técnica, mas sempre assumi cada função com grande empenho e sentido de responsabilidade. O pelouro da cultura e do turismo não tem o palco que outros domínios têm? Todas as áreas são importantes e fazem parte das competências da câmara municipal. Não se trata de ter palco ou não, cada área tem a sua relevância. É verdade que os cidadãos se preocupam bastante com a qualidade de vida, com aquelas questões mais visíveis, como as obras, os passeios, o problema da sua rua. Mas pelouros como a cultura, o turismo, o desenvolvimento económico e a comunicação também têm um grande impacto na sociedade. É conhecida pelo trabalho nos bastidores. Sente-se confortável nesse papel? Sinto-me confortável no papel mais discreto, nos bastidores. É preciso muito planeamento e preparação para que as coisas corram bem, e alguém tem de o fazer. Essa é a minha forma de estar. Sou uma pessoa de fazer, de acção e o resto vem por acréscimo. Há quem diga que nunca houve uma equipa tão coesa na cultura como a que lidera. Fico feliz por ouvir isso. Para se construir uma equipa assim é preciso acreditar nas pessoas e no potencial de cada um. Gosto de dar oportunidades e incentivo a todos. É assim que se constrói uma equipa. A política é um meio onde ainda domina o sexo masculino. Sendo mulher, sentiu que o julgamento sobre si foi mais exigente? Sinto que as coisas têm vindo a mudar. Nunca senti discriminação. Sempre me senti bem integrada desde que entrei no município. A conciliação entre a vida pessoal e profissional ainda é sempre mais exigente para a mulher do que para o homem. Tenho uma filha e, sem o apoio dos meus pais, não conseguiria dedicar-me de corpo e alma a esta função. Há dinheiro que falta ou dinheiro mal usado nos grupos culturais? Pode dar exemplos? Sabemos que muitas associações vivem com recursos mínimos. O município tem um papel fundamental. Cresci no seio do movimento associativo e sei que o sucesso das associações depende do trabalho e da dedicação de todos. Não se pode criar uma associação com a ideia de viver apenas dos subsídios da câmara ou da junta. É preciso muito voluntariado, carolice e espírito de missão. O movimento cultural em Coruche está em declínio? O movimento cultural tem mantido alguma vitalidade. Temos dez grupos folclóricos, quatro deles federados, que continuam a desempenhar um papel fundamental nas suas terras. São também uma alternativa para muitos jovens que, de outra forma, não teriam tantas oportunidades. Na sede de concelho temos outras associações relevantes, não se pode dizer que estamos em crise. Coruche está entre o Ribatejo e o Alentejo. Em que lado se sente mais? Sinto-me de Coruche. Temos alma ribatejana, perfeitamente vincada, mas também temos grandes laços com o Alentejo. Muitos dos nossos vizinhos pertencem ao Alentejo e temos projectos comuns, como o PROVERE - Montado de Sobro e Cortiça, que me é especialmente querido. Estamos no melhor de dois mundos. Mas somos ribatejanos e assumimos isso de alma e coração. As grandes empresas deviam apoiar mais o associativismo? Os grandes grupos apoiam pouco a vida associativa local. O Grupo Amorim está no concelho, mas pouco ou nada se vê no apoio às colectividades. Há mais casos assim? É como tudo... As empresas com grande dimensão estão num nível que, por vezes, têm dificuldade de descer cá abaixo. A experiência que tenho tido a nível institucional não é má. Mas reconheço com a política dos grandes grupos económicos não é a mesma dos grupos pequenos e de proximidade. A hotelaria é o calcanhar de Aquiles de Coruche? Diria que continua a ser o ponto fraco. Ainda recentemente, com a realização do Festival Terras Sem Sombra, e também de uma prova de todo-o-terreno no Couço, todos os alojamentos estavam lotados. Fiz várias chamadas para unidades hoteleiras e alojamentos locais, e confirmei isso. Não é por acaso que o município tem já identificado um terreno para a instalação de um novo empreendimento hoteleiro, assunto que já foi a reunião de câmara. Queremos que Coruche continue a crescer. Há projectos turísticos importantes como a praia fluvial, o futuro Centro de Interpretação Ambiental na Herdade dos Concelhos, uma rede de percursos pedestres em todas as freguesias, e uma forte ligação à natureza, ao montado, ao rio. Coruche tem uma localização privilegiada, muito perto de Lisboa, e um património natural e histórico riquíssimo. Por isso, precisamos de uma resposta em termos de hotelaria com outra escala e qualidade. O que tem ficado por fazer? Um dos projectos a que me dediquei com especial atenção nos dois últimos anos foi o Centro Cultural de Coruche. É um equipamento de excelência, do ponto de vista arquitectónico e funcional, que irá dar resposta às necessidades culturais das associações, mas também permitirá acolher determinados espectáculos, que actualmente não conseguimos receber por falta de condições. O projecto está concluído e pronto a ser desenvolvido. Espero sinceramente que, quem vier a seguir, tenha a vontade de o implementar. Se tivesse de escolher um evento como bandeira do seu trabalho, qual seria? Seria, sem dúvida, o Plano Anual de Eventos do Município. É a nossa imagem de marca. A área da juventude foi uma prioridade. Para além disso, mantivemos os grandes eventos gastronómicos e continuámos a organizar a FICOR, que acompanho desde a primeira edição. E quem é a Susana Cruz longe da vereação ou da autarquia? A verdade é que, nestes últimos anos, a minha vida tem estado totalmente dedicada a este projecto municipal. Venho da área da economia e do desenvolvimento regional e sempre acreditei no desenvolvimento do território, da minha terra e do meu concelho. Tenho-me dedicado de corpo e alma a este desafio. Para além disso sou mãe e gostaria de ter mais tempo para fazer outras coisas. Não podemos viver fechados no nosso mundo. Conhecer outras soluções e inspirações é essencial. Com raízes na Branca e olhos no futuro de Coruche Susana Gaspar Ribeiro da Cruz nasceu a 18 de Outubro de 1976, na freguesia da Branca, Coruche, onde desde cedo se envolveu na vida da sua localidade natal. Integrou o Rancho Folclórico, Recreativo e Cultural da Branca, participando activamente na dinamização e nos órgãos sociais. Nunca estudou em Coruche, pois com 12 anos prosseguiu a etapa escolar em Santarém. Ingressou na Universidade de Évora, onde se licenciou em Economia com especialização em Desenvolvimento Regional. Trabalhou uma década no sector privado, sobretudo a sul do Tejo, em consultoria empresarial e projectos de investimento ligados ao comércio local e centros históricos em cidades como Beja, Albufeira, Lagos e Setúbal. Integrou a Câmara de Coruche como técnica superior em 2010, coordenando o programa PROVERE "O Montado de Sobro e Cortiça", tendo depois liderado a Divisão de Planeamento Estratégico. É membro da Ordem dos Economistas e da Ordem dos Contabilistas Certificados. Com percurso político iniciado em 1997 na Assembleia de Freguesia da Branca, foi presidente da mesma entre 2009 e 2021, tendo desempenhado também funções como secretária de um vereador e adjunta do presidente da câmara. Desde 2021 é vereadora a tempo inteiro eleita pelo PS, com pelouros nas áreas da economia, turismo, cultura, imprensa e relações públicas. Tem 48 anos, uma filha e esteve ligada a instituições sociais da sua freguesia natal, como o Ninho de Esperança - Associação de Solidariedade Social da Branca, integrando os corpos sociais.
20/07/25 O Mirante Online
Pianista Eliane Reyes foi à Igreja da Misericórdia de Coruche interpretar as 14 valsas de Chopin
Um público apreciador de música de piano, e aparentemente rendido à arte da pianista Eliane Reyes, encheu a Igreja da Misericórdia de Coruche e aplaudiu de forma entusiasta a pianista belga que participou em mais uma iniciativa do Terras Sem Sombra. O Festival Terras Sem Sombra é uma iniciativa que percorre há 21 anos todo o território alentejano durante uma boa parte do ano divulgando tradições ligadas ao património, à música e à biodiversidade. No dia 13 de Julho o Terras Sem Sombra passou por Coruche e recebeu na Igreja da Misericórdia a pianista Eliane Reyes para um concerto de piano onde interpretou as 14 valsas de Chopin. A Igreja encheu como nunca se tinha visto, com público do concelho, mas também algum vindo das terras mais próximas do Alentejo. Durante cerca de uma hora, Eliane Reyes, um dos nomes mais destacados da pianística belga, tocou e encantou um público que não lhe regateou aplausos e manifestações de admiração. Entre o público estava o Embaixador da Bélgica, um representante da cidade de Bruxelas, acompanhados pelas esposas, que antes do concerto justificaram a sua presença e o seu apoio a mais uma edição do Festival, liderado desde a primeira edição por José António Falcão e Sara Fonseca. José António Falcão, na hora da apresentação da artista, não se esqueceu de referir a honra de terem conseguido trazer Eliane Reyes à vila de Coruche, uma das intérpretes mais distinguidas na sua arte, três vezes nomeada para os Internacional Classical Music Awards e ganhadora de vários prémios internacionais. O Festival Terras Sem Sombra é uma iniciativa que percorre há 21 anos todo o território alentejano durante uma boa parte do ano divulgando tradições ligadas ao património, à música e à biodiversidade. No dia 13 de Julho o Terras Sem Sombra passou por Coruche e recebeu na Igreja da Misericórdia a pianista Eliane Reyes para um concerto de piano onde interpretou as 14 valsas de Chopin. A Igreja encheu como nunca se tinha visto, com público do concelho, mas também algum vindo das terras mais próximas do Alentejo. Durante cerca de uma hora, Eliane Reyes, um dos nomes mais destacados da pianística belga, tocou e encantou um público que não lhe regateou aplausos e manifestações de admiração. Entre o público estava o Embaixador da Bélgica, um representante da cidade de Bruxelas, acompanhados pelas esposas, que antes do concerto justificaram a sua presença e o seu apoio a mais uma edição do Festival, liderado desde a primeira edição por José António Falcão e Sara Fonseca. José António Falcão, na hora da apresentação da artista, não se esqueceu de referir a honra de terem conseguido trazer Eliane Reyes à vila de Coruche, uma das intérpretes mais distinguidas na sua arte, três vezes nomeada para os Internacional Classical Music Awards e ganhadora de vários prémios internacionais.
17/07/25 O Mirante Online
José António Falcão: o alentejano que mora no coração do Ribatejo
José António Falcão é mais conhecido no Alentejo que os últimos ministros dos últimos governos do país. É um alentejano de gema, filho de proprietários agrícolas, mas a sua praia é a museologia, o património, a biodiversidade, a música e o trabalho de dinamizador cultural que vai conciliando com o de conservador de museus, ensaísta, professor, investigador, entre outros afazeres todos ligados ao que mais o apaixona. Mora em Santarém há muitos anos com a sua mulher Sara Fonseca, mas parece que ninguém dá por ele. Escrever uma crónica é como varrer o chão da nossa casa. Assim como é difícil varrer o chão sem deixar algum lixo pelos cantos, ainda que seja apenas o cotão debaixo dos móveis, escrever sobre um acontecimento obriga-nos a esquecer muitas vezes aquilo que mais nos marcou, mas que não pode ser contado porque sabemos que não interessa ao leitor. No sábado à noite fui a Coruche assistir a um recital de piano que fez parte do programa do Terras Sem Sombra que já vai na sua 21ª edição. A Igreja da Misericórdia registou uma enchente para ver e ouvir Eliane Reyes ao piano a tocar as 14 valsas de Chopin. Tive a sorte de ficar perto do palco, o que me permitiu observar tudo aquilo que num recital passa quase sempre despercebido à maioria do público presente na plateia. É exactamente disso mesmo que não vou falar porque não escrevo crítica musical nem acredito que o assunto interesse aos poucos que lêem esta coluna. Assim como não falo dos apertos de mão que recebi, dos beijos, das saudações pelo nome próprio, das conversas cruzadas antes e depois do concerto que quase fazem de mim um munícipe coruchense. Não posso dizer que acompanho o Terras Sem Sombra como um alentejano ou um grande amigo e admirador do José António Falcão e da Sara Fonseca. Mas já assisti a sessões suficientes para confirmar que o Terras Sem Sombra é um caso à parte no panorama das iniciativas culturais com assinatura. Não só pela importância dos programas, que variam de ano para ano, como pelas parcerias que conquista a cada edição. Neste caso, na noite do concerto da Eliane Reyes, estavam como convidados o embaixador da Bélgica e um delegado geral de Bruxelas, que patrocinam o festival e suportaram o pesado (imagino) cachet da premiada e prestigiada pianista belga. José António Falcão é um alentejano dos quatro costados, mas curiosamente vive em Santarém há muitos anos. É herdeiro de uma grande casa agrícola no Alentejo, mas a sua vida é dedicada às coisas da cultura, desde a valorização do património à divulgação de tudo o que mexe com a nossa identidade cultural, sem excepções. O facto de viver no coração do Ribatejo e trabalhar na divulgação e valorização do seu Alentejo, levando a cultura aos lugares mais isolados do território, faz dele uma figura intelectual de excepção. Há cerca de um mês estava a almoçar no café Central, em Santarém, com a proprietária da maior e mais prestigiada ganadaria do Alentejo, a prepararem mais um fim-de-semana do programa do Terras Sem Sombra deste ano. Falta contar que José António Falcão foi conservador da Casa dos Patudos entre 1993 e 1997, e responsável pelo Museu Municipal em Alpiarça, entre 2003 e 2008. O resto é uma vasta lista de prémios, de condecorações, de uma vasta bibliografia, de muito trabalho no terreno, na área académica, investigação, assim como na área da museologia, que é onde se destaca mais o seu trabalho e a sua participação na vida cultural do país. Ainda hoje guardo o catálogo da exposição de arte sacra que organizou no Panteão Nacional que foi uma das mais visitadas de sempre naquele monumento nacional. Curiosamente, uma das últimas vezes que conversamos em Santarém, não foi sobre o Terras Sem Sombra, nem sobre a sua múltipla actividade cultural e profissional no país e no estrangeiro. Em 2020 o alarme de incêndio do edifício da empresa Águas de Santarém esteve avariado cerca de um ano e disparava a meio da noite deixando os moradores num desespero sem conseguir dormir. Só quando O MIRANTE escreveu sobre o assunto é que acabou o martírio. Um dos moradores é José António Falcão, o escalabitano adoptado que, aparentemente, poucos conhecem e sabem que é uma personalidade intelectual com um vastíssimo e rico currículo que qualquer associação da cidade bem podia aproveitar se os seus dirigentes soubessem onde ele mora e lhes batessem à porta. JAE. Escrever uma crónica é como varrer o chão da nossa casa. Assim como é difícil varrer o chão sem deixar algum lixo pelos cantos, ainda que seja apenas o cotão debaixo dos móveis, escrever sobre um acontecimento obriga-nos a esquecer muitas vezes aquilo que mais nos marcou, mas que não pode ser contado porque sabemos que não interessa ao leitor. No sábado à noite fui a Coruche assistir a um recital de piano que fez parte do programa do Terras Sem Sombra que já vai na sua 21ª edição. A Igreja da Misericórdia registou uma enchente para ver e ouvir Eliane Reyes ao piano a tocar as 14 valsas de Chopin. Tive a sorte de ficar perto do palco, o que me permitiu observar tudo aquilo que num recital passa quase sempre despercebido à maioria do público presente na plateia. É exactamente disso mesmo que não vou falar porque não escrevo crítica musical nem acredito que o assunto interesse aos poucos que lêem esta coluna. Assim como não falo dos apertos de mão que recebi, dos beijos, das saudações pelo nome próprio, das conversas cruzadas antes e depois do concerto que quase fazem de mim um munícipe coruchense. Não posso dizer que acompanho o Terras Sem Sombra como um alentejano ou um grande amigo e admirador do José António Falcão e da Sara Fonseca. Mas já assisti a sessões suficientes para confirmar que o Terras Sem Sombra é um caso à parte no panorama das iniciativas culturais com assinatura. Não só pela importância dos programas, que variam de ano para ano, como pelas parcerias que conquista a cada edição. Neste caso, na noite do concerto da Eliane Reyes, estavam como convidados o embaixador da Bélgica e um delegado geral de Bruxelas, que patrocinam o festival e suportaram o pesado (imagino) cachet da premiada e prestigiada pianista belga. José António Falcão é um alentejano dos quatro costados, mas curiosamente vive em Santarém há muitos anos. É herdeiro de uma grande casa agrícola no Alentejo, mas a sua vida é dedicada às coisas da cultura, desde a valorização do património à divulgação de tudo o que mexe com a nossa identidade cultural, sem excepções. O facto de viver no coração do Ribatejo e trabalhar na divulgação e valorização do seu Alentejo, levando a cultura aos lugares mais isolados do território, faz dele uma figura intelectual de excepção. Há cerca de um mês estava a almoçar no café Central, em Santarém, com a proprietária da maior e mais prestigiada ganadaria do Alentejo, a prepararem mais um fim-de-semana do programa do Terras Sem Sombra deste ano. Falta contar que José António Falcão foi conservador da Casa dos Patudos entre 1993 e 1997, e responsável pelo Museu Municipal em Alpiarça, entre 2003 e 2008. O resto é uma vasta lista de prémios, de condecorações, de uma vasta bibliografia, de muito trabalho no terreno, na área académica, investigação, assim como na área da museologia, que é onde se destaca mais o seu trabalho e a sua participação na vida cultural do país. Ainda hoje guardo o catálogo da exposição de arte sacra que organizou no Panteão Nacional que foi uma das mais visitadas de sempre naquele monumento nacional. Curiosamente, uma das últimas vezes que conversamos em Santarém, não foi sobre o Terras Sem Sombra, nem sobre a sua múltipla actividade cultural e profissional no país e no estrangeiro. Em 2020 o alarme de incêndio do edifício da empresa Águas de Santarém esteve avariado cerca de um ano e disparava a meio da noite deixando os moradores num desespero sem conseguir dormir. Só quando O MIRANTE escreveu sobre o assunto é que acabou o martírio. Um dos moradores é José António Falcão, o escalabitano adoptado que, aparentemente, poucos conhecem e sabem que é uma personalidade intelectual com um vastíssimo e rico currículo que qualquer associação da cidade bem podia aproveitar se os seus dirigentes soubessem onde ele mora e lhes batessem à porta. JAE.
14/07/25 O Mirante Online
Vila Nova da Erra reviveu "Memórias e Tradições" no Terras Sem Sombra
Vila Nova da Erra voltou a viver as tradições de outros tempos, desde momentos musicais ao fabrico de pão e enchidos. "Memórias e Tradições" atraíram vários visitantes para uma celebração do mundo rural e do património imaterial da localidade. A aldeia de Vila Nova da Erra, no concelho de Coruche, foi um dos cenários do festival "Terras Sem Sombra" no passado fim-de-semana. Uma das actividades da programação foi o evento "Memórias e Tradições", uma recriação histórica que celebrou a identidade rural e o património imaterial da região. O evento levou à rua um conjunto de actividades que misturaram saberes antigos, música popular e recriações de histórias e quadros de outros tempos. Habitantes da aldeia abriram as portas das suas casas e das suas memórias, mostrando tradições locais e desvendado os segredos do fabrico de pão e enchidos da região, por exemplo. Dezenas de pessoas juntaram-se para percorrer as ruas da vila e assistir aos diversos momentos musicais e tradicionais, numa autêntica viagem à ruralidade e às tradições ribatejanas. A aldeia de Vila Nova da Erra, no concelho de Coruche, foi um dos cenários do festival "Terras Sem Sombra" no passado fim-de-semana. Uma das actividades da programação foi o evento "Memórias e Tradições", uma recriação histórica que celebrou a identidade rural e o património imaterial da região. O evento levou à rua um conjunto de actividades que misturaram saberes antigos, música popular e recriações de histórias e quadros de outros tempos. Habitantes da aldeia abriram as portas das suas casas e das suas memórias, mostrando tradições locais e desvendado os segredos do fabrico de pão e enchidos da região, por exemplo. Dezenas de pessoas juntaram-se para percorrer as ruas da vila e assistir aos diversos momentos musicais e tradicionais, numa autêntica viagem à ruralidade e às tradições ribatejanas.
12/07/25 Viral Online
Mensageiras dos Deuses, Trabalhadoras Incansáveis: Abelhas e Apicultura no Montado
Na sua passagem pelo concelho de Coruche, o Festival Terras sem Sombra convida à descoberta do fascinante mundo das abelhas e da apicultura. Com ponto de encontro no Museu Municipal de Coruche, de onde se partirá para a Escusa, na freguesia do Couço, a acção tem como anfitriã Edite Ferreira, experiente conhecedora do mundo das abelhas, a qual alia à prática profissional no sector com o apaixonado estudo destes laboriosos insectos, tão úteis ao homem como à natureza. A apicultura ganha novo fôlego em diversos pontos do Ribatejo, impulsionada por projectos como «A Apicultora», na área rural coruchense, que conjugam tradição, sustentabilidade e turismo de natureza. Num território onde o montado e a charneca oferecem condições ideais para a produção apícola, a actividade assume-se hoje como um elo essencial entre a biodiversidade e a economia rural. A visita guiada inclui contacto directo com as colmeias, demonstrações de extracção de mel e explicações sobre o papel vital das abelhas na polinização e nos ecossistemas agrícolas. Com equipamentos apropriados, os participantes podem observar o interior de uma colmeia activa e acompanhar os processos tradicionais de produção do mel. Uma visita ao universo apícola que visa sensibilizar para a importância da apicultura e valorizar práticas agrícolas amigas do ambiente, integrando-se nas estratégias de dinamização do mundo rural e do turismo sustentável.
12/07/25 Rádio Castrense Online
Festival Terras sem Sombra em Coruche: música, património e biodiversidade este fim de semana
O concelho de Coruche recebe neste fim de semana, 12 e 13 de julho, o conceituado Festival Terras sem Sombra, que alia música, património e biodiversidade numa programação diversificada. Segundo a organização, o ponto alto musical será o concerto da aclamada pianista belga Éliane Reyes, que apresentará “Para uma Aristocracia do Espírito: As 14 Valsas de Chopin” na Igreja da Misericórdia, na noite deste sábado, 12 de julho. Este itinerário musical explorará a evolução da obra de Chopin, desde a juventude à maturidade, com a leveza e virtuosismo de Reyes, um dos nomes mais destacados da pianística belga. Ainda hoje, a partir das 15h00, a tarde será dedicada ao património com a atividade “Vila Nova da Erra: Memórias e Tradições”. Esta experiência em Vila Nova da Erra recriará, através de “quadros vivos” com o Rancho Folclórico local, momentos do quotidiano agrícola e doméstico antigo, como a lavoura com juntas de bois e o fabrico do pão, revelando a identidade rural da região. No domingo, 13 de julho, às 9h30, o festival foca-se na biodiversidade com a atividade “Mensageiras dos Deuses, Trabalhadoras Incansáveis: Abelhas e Apicultura no Montado”. Partindo do Museu Municipal de Coruche para a Escusa (Couço), os participantes terão a oportunidade de aprender sobre o mundo das abelhas e a apicultura, incluindo contacto direto com colmeias e demonstrações de extração de mel, com a orientação de Edite Ferreira, experiente conhecedora do setor. Todas as iniciativas do Festival Terras sem Sombra são de acesso livre e gratuitas. A programação completa pode ser consultada no site oficial do Festival.
11/07/25 RTP1 - Portugal em Direto | Hora de emissão 18:38 | Duração 00:04:45
Cultura: "Festival Terras Sem Sombra" regressa a Coruche

Coruche recebe amanhã e domingo o "Festival Terras Sem Sombra", que junta música, património e biodiversidade. Declarações de Francisco Oliveira, Presidente Câmara Municipal de Coruche | Eliane Reyes, pianista.
09/07/25 Câmara Municipal de Coruche Online
Terras sem Sombra
Nos dias 12 e 13 de julho, o Festival Terras sem Sombra (TSS) está de volta a Coruche com um programa que cruza música, património e biodiversidade. O grande destaque vai para o recital de Eliane Reyes, pianista belga de renome internacional, que interpreta as 14 Valsas de Frédéric Chopin, na Igreja da Misericórdia (sábado, 21h30, entrada livre). Um concerto imperdível com uma das artistas mais premiadas da cena europeia. No sábado à tarde (15h00), a visita “Vila Nova da Erra: Memórias e Tradições” revela o quotidiano rural de outros tempos com recriações ao vivo pelo Rancho Folclórico local. No domingo (9h30), o festival leva os participantes até à Escusa (Couço) para descobrir o mundo fascinante da apicultura, com a ação “Mensageiras dos Deuses: Abelhas no Montado”, guiada pela apicultora Edite Ferreira. Mais um fim de semana inesquecível na Capital Mundial da Cortiça, com entrada gratuita em todas as atividades.
08/07/25 Viral Online
Para uma Aristocracia do Espírito: As 14 Valsas de Chopin
Na sua segunda passagem pelo concelho de Coruche, o Festival Terras sem Sombra apresenta em concerto a renomada pianista Éliane Reyes, que sobe ao palco da Igreja da Misericórdia, um notável edifício barroco situado no coração da cidade. Sob o título «𝐏𝐚𝐫𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐀𝐫𝐢𝐬𝐭𝐨𝐜𝐫𝐚𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐄𝐬𝐩𝛊́𝐫𝐢𝐭𝐨: 𝐀𝐬 𝟏𝟒 𝐕𝐚𝐥𝐬𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐂𝐡𝐨𝐩𝐢𝐧», o programa propõe uma imersão no universo do compositor polaco, num recital que alia subtileza, brilho e profundidade interpretativa. Natural da Bélgica, Éliane Reyes destacou-se desde muito jovem como pianista prodígio. Formou-se em reputadas instituições europeias e recebeu orientação de grandes mestres. Vencedora de vários concursos internacionais, desenvolveu uma carreira de projeção global, tendo partilhado o palco com artistas como Augustin Dumay, Ivry Gitlis, Misha Maisky e José van Dam. Foi distinguida pelo governo francês com o título de «Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres» e é atualmente professora no Conservatório Real de Bruxelas. Oportunidade a não perder de escutar, num cenário de exceção, uma das grandes intérpretes da atualidade.
08/07/25 Viral Online
Vila Nova da Erra: Memórias e Tradições
Os participantes são convidados a seguir numa peregrinação histórico-cultural por Vila Nova da Erra, no coração da charneca ribatejana. O lugar remonta ao esforço de povoamento de zonas ermas, promovido pela Lei das Sesmarias, no final do século XIV. Vila e sede de concelho até ao século XIX, Erra é detentora de uma identidade rural bastante enraizada, marcada pela agricultura, pelo montado e por modos de vida estreitamente ligados à terra. A relevância do seu património encontra-se bem patente na Igreja de São Mateus, nos vestígios romanos ali encontrados e no casario tradicional, em adobe caiado. Com ponto de encontro no Largo do Pelourinho, em Erra, a visita ao património na tarde de sábado (12 de Julho, 15h) é conduzida por Hélder Santos (antropólogo) e José António Falcão (historiador de Arte). Será uma oportunidade ainda para assistir à recriação pelo Rancho Folclórico local, sob a forma de «quadros vivos», de momentos do quotidiano agrícola e doméstico da antiga Vila Nova da Erra. Ensejo para evocar práticas ancestrais, como a lavoura com juntas de bois, a monda do arroz, as conversas junto à fonte ou o fabrico do pão. Retratos etnográficos, traçados com rigor, que dão corpo à memória colectiva de uma comunidade resiliente, moldada por ciclos agrícolas e pelo compasso das estações.
07/07/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Mensageiras dos Deuses, Trabalhadoras Incansáveis: Abelhas e Apicultura no Montado
Na sua passagem pelo concelho de Coruche, o Festival Terras sem Sombra dedica uma manhã ao fascinante mundo das abelhas e à descoberta das especificidades da apicultura no montado na Escusa (Couço). «Mensageiras dos Deuses, Trabalhadoras Incansáveis: Abelhas e Apicultura no Montado» dá o mote à atividade dedicada à biodiversidade, no domingo, 13 de Julho (9h30). Com ponto de encontro no Museu Municipal de Coruche, de onde se partirá para a Escusa, na freguesia do Couço, a ação tem como anfitriã Edite Ferreira, experiente conhecedora do mundo das abelhas, a qual alia à prática profissional no sector com o apaixonado estudo destes laboriosos insetos, tão úteis ao homem como à natureza. A apicultura ganha novo fôlego em diversos pontos do Ribatejo, impulsionada por projetos como «A Apicultora», na área rural coruchense, que conjugam tradição, sustentabilidade e turismo de natureza. Num território onde o montado e a charneca oferecem condições ideais para a produção apícola, a atividade assume-se hoje como um elo essencial entre a biodiversidade e a economia rural. A visita guiada inclui contacto direto com as colmeias, demonstrações de extração de mel e explicações sobre o papel vital das abelhas na polinização e nos ecossistemas agrícolas. Com equipamentos apropriados, os participantes podem observar o interior de uma colmeia ativa e acompanhar os processos tradicionais de produção do mel. Uma visita ao universo apícola que visa sensibilizar para a importância da apicultura e valorizar práticas agrícolas amigas do ambiente, integrando-se nas estratégias de dinamização do mundo rural e do turismo sustentável.
07/07/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Vila Nova da Erra: Memórias e Tradições
O Festival Terras sem Sombra promove, na sua passagem pelo concelho de Coruche, uma visita guiada ao património em Vila Nova da Erra em que serão recriados quadros vivos relativos às atividades tradicionais e antigos quotidianos do lugar.A atividade dedicada ao património, em Coruche, convida os participantes a uma peregrinação histórico-cultural a Vila Nova da Erra, no coração da charneca ribatejana. O lugar remonta ao esforço de povoamento de zonas ermas, promovido pela Lei das Sesmarias, no final do século XIV. Vila e sede de concelho até ao século XIX, Erra é detentora de uma identidade rural bastante enraizada, marcada pela agricultura, pelo montado e por modos de vida estreitamente ligados à terra. A relevância do seu património encontra-se bem patente na Igreja de São Mateus, nos vestígios romanos ali encontrados e no casario tradicional, em adobe caiado. Durante a visita, com ponto de encontro no Largo do Pelourinho, em Erra, e conduzida por Hélder Santos (antropólogo) e José António Falcão (historiador de Arte), o Rancho Folclórico local vai recriar, sob a forma de «quadros vivos», momentos do quotidiano agrícola e doméstico da antiga Vila Nova da Erra. Ensejo para evocar práticas ancestrais, como a lavoura com juntas de bois, a monda do arroz, as conversas junto à fonte ou o fabrico do pão. Retratos etnográficos, traçados com rigor, que dão corpo à memória coletiva de uma comunidade resiliente, moldada por ciclos agrícolas e pelo compasso das estações.
03/07/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Para uma Aristocracia do Espírito: As 14 Valsas de Chopin
O Festival Terras sem Sombra apresenta-se em Coruche, na Igreja da Misericórdia, com a multipremiada pianista belga Eliane Reyes que vai interpretar um programa exceção, dedicado à integral das Valsas de Frédéric Chopin. Intitulado «Para uma Aristocracia do Espírito: As 14 Valsas de Chopin», o concerto percorre a obra de um extraordinário compositor polaco que se radicou em França, Frédéric Chopin, através das suas mais célebres valsas. Um itinerário musical que revela a evolução da obra deste mestre – uma referência maior da música no século XIX –, da sua juventude à maturidade. Entre a leveza brilhante e a melancolia profunda, o programa transporta o ouvinte por diferentes paisagens afetivas e sublinha a elegância, a inovação e a nobreza que Chopin imprimiu à valsa como género musical romântico por excelência. Lirismo, introspeção, exuberância rítmica, leveza e virtuosismo são entregues à execução de Eliana Reyes, um dos nomes mais destacados da pianística belga da sua geração.Pianista prodígio, venceu vários concursos internacionais e desenvolveu uma carreira de projeção global, tendo partilhado o palco com artistas como Augustin Dumay, Ivry Gitlis, Misha Maisky e José van Dam. Foi distinguida pelo governo francês com o título de «Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres» e é atualmente professora no Conservatório Real de Bruxelas. Um concerto excecional para um local também ele excecional, pois a Igreja da Misericórdia é uma obra destacada da arquitetura dos finais do século XVIII, de feição tardo-barroca e neoclássica, resultando da remodelação de um primitivo imóvel de cariz maneirista, após o terramoto de 1755. Encontra-se classificada, desde 2010, como monumento de interesse público.
03/07/25 Mais Ribatejo Online
Festival Terras sem Sombra regressa a Coruche com Chopin, tradições rurais e apicultura
O concelho de Coruche volta a acolher o Festival Terras sem Sombra nos dias 12 e 13 de julho, numa jornada dedicada à música clássica, ao património e à biodiversidade. O programa inclui um concerto da pianista belga Eliane Reyes com a integral das valsas de Chopin, uma visita etnográfica a Vila Nova da Erra e uma ação sobre apicultura no montado ribatejano. No sábado, 12 de julho, a Igreja da Misericórdia de Coruche recebe o concerto “Para uma Aristocracia do Espírito: As 14 Valsas de Chopin”, protagonizado por Eliane Reyes, considerada uma das mais destacadas pianistas belgas da sua geração. O recital propõe um percurso musical através das catorze valsas do compositor polaco radicado em França, Frédéric Chopin, revelando diferentes facetas da sua obra, entre a leveza e a melancolia, a introspeção e o virtuosismo. Formada nos conservatórios de Bruxelas e Paris, Eliane Reyes apresentou-se em salas prestigiadas como a Salle Gaveau (Paris) e o Mozarteum (Salzburgo), e foi distinguida com prémios como os Octaves de la Musique. Em 2022, tornou-se a primeira pianista belga agraciada com as insígnias de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras pelo Governo francês. Antes do concerto, a tarde de sábado é dedicada ao património rural. Com início às 15h00, realiza-se uma visita a Vila Nova da Erra, guiada pelo antropólogo Hélder Santos e pelo historiador de arte José António Falcão. A iniciativa inclui recriações etnográficas com o Rancho Folclórico local, evocando práticas tradicionais como a lavoura, a monda do arroz e o fabrico do pão, num convite à redescoberta das memórias da antiga vila. No domingo, 13 de julho, pelas 09h30, a biodiversidade é o foco da ação “Mensageiras dos Deuses, Trabalhadoras Incansáveis: Abelhas e Apicultura no Montado”, com ponto de encontro no Museu Municipal de Coruche. A atividade leva os participantes à freguesia do Couço, onde Edite Ferreira, apicultora e especialista no setor, conduzirá uma visita a colmeias ativas, com demonstrações de extração de mel e explicações sobre o papel vital das abelhas nos ecossistemas agrícolas. O Festival Terras sem Sombra conta com o apoio da Câmara Municipal de Coruche, da Embaixada da Bélgica em Lisboa e do Governo da Valónia-Bruxelas, e retoma em setembro a sua programação no Alentejo. Todas as atividades são de entrada livre e visam valorizar a cultura, o território e as práticas sustentáveis.
03/07/25 Notícias do Sorraia Online
Festival Terras sem Sombra regressa a Coruche com música, património e biodiversidade
Pelo segundo ano consecutivo, o concelho de Coruche volta a receber o Festival Terras sem Sombra, uma iniciativa que conjuga música erudita, património cultural e biodiversidade. A edição deste ano decorre a 12 e 13 de Julho e propõe um programa diversificado que percorre diferentes espaços do território coruchense, incluindo a vila de Coruche, Vila Nova da Erra e a freguesia do Couço. O evento é promovido em parceria com a Câmara Municipal de Coruche, a Embaixada da Bélgica em Lisboa e o Governo da região da Valónia-Bruxelas, contando ainda com o apoio da Direcção-Geral das Artes no biénio 2025-26, obtido através de concurso público. A programação inclui, na noite de sábado, um concerto na Igreja da Misericórdia de Coruche, onde a pianista belga Eliane Reyes interpretará as 14 Valsas de Frédéric Chopin, num programa intitulado “Para uma Aristocracia do Espírito”. Considerada uma das mais destacadas intérpretes da sua geração, Reyes é docente nos conservatórios de Bruxelas e Paris e já se apresentou em palcos como o Mozarteum de Salzburgo ou a Salle Gaveau, em Paris. A sua interpretação propõe uma viagem sensível através da obra de Chopin, revelando diferentes fases da criação do compositor e sublinhando a evolução do género da valsa no século XIX. O concerto terá lugar na Igreja da Misericórdia, edifício classificado como monumento de interesse público desde 2010, que reúne elementos tardo-barrocos e neoclássicos e alberga um importante acervo artístico, incluindo um órgão histórico da autoria de António Xavier Machado Cerveira. Na tarde de sábado, o festival propõe ainda uma visita a Vila Nova da Erra, centrada na memória e nas tradições do mundo rural ribatejano. A ação, com início no Largo do Pelourinho, será conduzida pelo antropólogo Hélder Santos e pelo historiador de arte José António Falcão. Durante o percurso, o Rancho Folclórico local recriará, sob a forma de “quadros vivos”, aspetos do quotidiano agrícola e doméstico, evocando práticas como a lavoura com juntas de bois, o fabrico do pão ou as conversas junto à fonte. A iniciativa pretende valorizar o património rural e estimular o conhecimento sobre os modos de vida tradicionais da região. O programa encerra no domingo com uma ação dedicada à apicultura e à biodiversidade no montado, a ter lugar na zona da Escusa, freguesia do Couço. A visita, com ponto de partida no Museu Municipal de Coruche, será orientada por Edite Ferreira, apicultora com vasta experiência na área. Os participantes terão oportunidade de observar o interior de colmeias ativas, acompanhar processos de extração de mel e compreender o papel fundamental das abelhas nos ecossistemas agrícolas e na polinização. A iniciativa visa sensibilizar para a importância da apicultura na sustentabilidade ambiental e económica das zonas rurais, integrando-se nas estratégias de valorização do mundo rural e do turismo de natureza.
29/06/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Dançar nas Teclas: Piano per tutti
O Festival Terras sem Sombra regressa a Ferreira do Alentejo, ao auditório do Centro Cultural Manuel da Fonseca, para apresentar um recital pela pianista húngara Kinga Somogyi. Uma tarde de grande música vocacionada para todos os públicos. Kinga Somogyi apresenta-se com um concerto em jeito de périplo musical, no embalo da dança e a percorrer diferentes períodos, estilos e gradientes afectivos. Do classicismo ao contemporâneo, as obras seleccionadas revelam como o acto dançante pode ser lírico, melancólico, enérgico, além, claro está, de lúdico. «Dançar nas Teclas: Piano per tutti», como se denomina este espectáculo, apresenta peças de Beethoven e Chopin, com valsas delicadas e expressivas enquanto Tchaikovsky traz, a todos os que se entregarem ao ritmo das teclas, o encanto do bailado. Já Bartók introduz uma dimensão mais introspectiva e folclórica, reflectindo o início do século XX e Leó Weiner acrescenta um toque humorístico. As peças mais recentes, como as de Yann Tiersen, oferecem a emoção pura, num registo ora minimalista e nostálgico, ora festivo e triunfal. Com interpretações anteriores de grande sucesso no âmbito do Festival Terras sem Sombra – entre estas, no ano de 2022, em Sines – Kinga Somogyi regressa aos palcos portugueses com um concerto que «transforma o piano num palco onde dançam emoções, culturas e épocas». A pianista já actuou em diferentes ocasiões no nosso país, designadamente no Palácio Nacional da Ajuda, no Museu Nacional da Música, no Museu Nacional dos Coches e na Casa Húngara de São Paulo (Brasil).
26/06/25 Rádio Vidigueira Online
Festival Terras Sem Sombra vai regressar a Ferreira do Alentejo
O Festival Terras sem Sombra apresenta-se a 8 de Julho, às 15h00, no concelho de Ferreira do Alentejo com um concerto de piano da húngara Kinga Somogyi: «Dançar nas Teclas: Piano per tutti». O Terras Sem Sombra regressa novamente a Ferreira do Alentejo, para uma “tarde de aproximação entre culturas – e entre gerações –, firmada na grande música”. Kinga Somogyi apresenta-se no auditório do Centro Cultural Manuel da Fonseca, num concerto didáctico, especialmente dirigido às crianças e aos jovens, embora convidando à participação de públicos de todas as idades.
25/06/25 Dfa.gov
Philippine Madrigal Singers Showcase Musical Diplomacy in Castelo de Vide for National Day and Terras sem Sombra Festival
LISBON 25 June 2025 — The Philippine Madrigal Singers delivered a stirring and unforgettable performance on Saturday, 07 June 2025, at the Igreja de Santa Maria da Devesa in Castelo de Vide, Portugal. The concert was held as part of the Terras sem Sombra Festival and in celebration of Philippine National Day, drawing a full house that included members of the diplomatic corps, local government officials, the Filipino community, and audiences from across Portugal. During the program, Dr. Antonio Pita, Mayor of Castelo de Vide, expressed his profound gratitude to the Philippine Embassy for sharing Filipino culture with the Castelo de Vide community. In his remarks, Philippine Ambassador Paul Raymund P. Cortes extended his appreciation to the Municipality of Castelo de Vide and the Terras Sem Sombra Festival for the opportunity to celebrate Philippine National Day outside of Lisbon. He emphasized the significance of bringing the celebrations to the eastern part of Portugal, stating: "We want to share the culture, heart, and soul of the Filipino people”. Dr. José António Falcão, Artistic Director of Terras sem Sombra Festival, acknowledged the presence of Professora Teresita Marques, a distinguished alumna of the Philippine Madrigal Singers and a prominent pillar of the Portuguese choral community, and highlighted her significant contributions to the advancement of Philippine musical diplomacy in Portugal. Dr. Falcão noted that the concert is the second performance by the Philippines as 2025 Country Guest of Honor of the Terras Sem Sombra Festival, and also expressed his gratitude to the Philippine Embassy for its enduring support to the Terras sem Sombra Festival. Entitled A Volta do Globo: Música Para os Novos Tempos (Around the Globe: Music for the New Times), the concert featured a diverse repertoire including Catholic songs, traditional and popular Filipino melodies, songs from India, Indonesia, and South Korea, and European avant-garde compositions. This highly anticipated concert marked the culmination of the Philippine Weekend and the Philippine Embassy’s celebration of the Philippine National Day. Prior to the concert, the Philippine Embassy hosted a diplomatic reception, bringing together Portuguese officials, members of the diplomatic corps, and the Filipino community in Portugal. Guests enjoyed a selection of traditional Filipino dishes and performances from Castelo De Vide’s Bandustika and the Philippine Madrigal Singers. The Philippine Madrigal Singers were founded in 1963 by National Artist for Music Professor Andrea O. Veneracion (1999) and are currently under the direction of Maestro Mark Anthony Carpio. As UNESCO Artists for Peace, the Philippine Madrigal Singers continue to represent the Philippines on the global stage, building bridges through choral music and upholding the values of peace, cultural exchange, and artistic excellence. By bringing Philippine talent and extending the celebration of Independence Day throughout Portugal, the Philippine Embassy in Lisbon remains committed to fostering a deeper appreciation and understanding of the Philippines, thereby enhancing ties of friendship between Filipinos and Portuguese.
14/04/25 Diário de Notícias
Antoni Mendezona. A soprano filipina que escolheu Lisboa para viver
Desde criança que Antoni Mendezona gosta de cantar - com as irmãs, nas Filipinas, ou no coro do liceu, já depois de a família se mudar para os EUA. Mas foi no dia em que a professora de canto, no 1.º ano da Faculdade, a levou a ver La Bohème na Ópera de São Francisco que a filipina soube que era exatamente aquilo que queria fazer. “A Anna Netrebko era Musetta. E, na primeira cena, quando ela aparece em palco, mesmo antes de cantar Quando m’en vo… A minha mente explodiu. Só conseguia pensar: ‘É isto que eu quero fazer.’ É o momento mais cliché da minha vida”, ri-se, sentada numa pastelaria da Avenida de Roma, em Lisboa, cidade que escolheu há três anos para viver com a família. Depois de um período difícil, quando os pais se mudaram para a América, Antoni descobrira o seu caminho. Decidiu então que não queria ser professora de Música, queria ser cantora de ópera. “A orquestra era linda. A ópera era linda. A produção de Franco Zeffirelli foi incrível. E ver a Anna Netrebko no seu auge!”, recorda, confessando que na altura “não fazia ideia de quem ela era”. “Não fazia ideia do Zeffirelli. Eu tinha 18 anos. Mas quando ela apareceu pensei: ‘Isto é o que eu quero fazer’. Então, naquele semestre, mudei de curso para Performance Vocal. Percebi que era aquilo que eu era. Não queria ser professora, queria cantar num palco.” Apaixonou-se pela ópera. A música, claro, mas também o facto de ser uma forma de arte colaborativa. “Não escolhi este caminho porque queria ser uma estrela. Nunca quis estar no centro das atenções. Escolhi esta profissão porque é revigorante. E é bonita”, conta, sentada diante de um café e de um Fofo de Belas, um bolo cuja textura faz jus ao nome. As mesas à nossa volta vão-se enchendo. Numa manhã de terça-feira são sobretudo senhoras de uma certa idade que se juntam para o pequeno-almoço e um dedo de conversa. Conheci Antoni no Alentejo, quando atuou em Arraiolos no âmbito do festival Terras sem Sombra, na Igreja da Misericórdia, acompanhada pelo pianista português Nuno Margarido Lopes. Mas se a voz da soprano impressiona quando rodeada pelos azulejos setecentistas da igreja, não impressiona menos ar livre, como a ouvi no dia seguinte, a cantar debaixo de uma azinheira, durante a atividade de biodiversidade que marca sempre a programação deste festival, que percorre várias localidades do Alentejo, aliando música clássica, património e biodiversidade. Antoni no Terras sem Sombra, em Arraiolos, com o pianista Nuno Margarido Lopes. Antoni no Terras sem Sombra, em Arraiolos, com o pianista Nuno Margarido Lopes.Mabille Tamala / Festival Terras sem Sombra Combinámos então encontrar-nos em Lisboa para me contar porque escolheu Portugal para viver com o marido e os dois filhos. Mas comecemos pelo início. Antoni nasceu na ilha filipina de Cebu - aquela onde Fernão de Magalhães foi morto em 1521. Filha de um empresário e de uma dona de casa que depois tirou um mestrado em Aconselhamento Matrimonial e Familiar, o gosto pelas artes já corria na família, ou não se tivessem os pais conhecido quando ambos participaram num musical. “Não eram profissionais, mas gostavam muito de música e de cantar. Nas Filipinas, estávamos constantemente rodeados de música. É uma grande parte da cultura”, conta Antoni. Em criança, teve aulas de piano, durante sete anos. Mas quando chegou à adolescência convenceu a mãe a desistir, para passar mais tempo com os amigos. Isso não impedia que todos os dias se cantasse lá em casa, com Antoni ao piano e as três irmãs mais velhas a alinharem. Apesar disso, “nas Filipinas, nunca foi uma opção de carreira. Nem me ocorreu. Eu queria ser advogada, lutar pela justiça social”, recorda Antoni. De origem filipina, espanhola e americana, o sonho de ir para os EUA sempre esteve em cima da mesa para os Mendezona. “O avô do meu pai era americano e mudou-se para as Filipinas em 1918. Casou-se com uma filipina, estabeleceu-se lá, tinha uma quinta. O meu pai tentou sempre obter a cidadania americana”, conta Antoni. E acrescenta: “Sempre soubemos que íamos mudar-nos quando obtivéssemos a cidadania.” Foi o que aconteceu quando Antoni tinha 15 anos. A família mudou-se para a Califórnia. Mas, para a adolescente, a América não foi logo um sonho. “Eu estava tão deprimida!”, confessa, lembrando como os subúrbios de Sacramento, não podiam ser mais diferentes da vida nas Filipinas. “A cultura é tão diferente! Nas Filipinas as pessoas festejam, dançam, bebem. Ali era um bairro muito pequeno, muito branco”, recorda. Pela primeira vez, Antoni percebeu o que era a experiência de imigrante, apesar de a própria admitir que os pais “tinham algum dinheiro. “Não estou a comparar as dificuldades por que passaram com o que vivem os refugiados. Mas eles tiveram de começar de novo.” Para Antoni, a música foi a salvação. No coro do liceu encontrou alguma felicidade e quando, aos 17 anos, teve de escolher para que faculdade ir, optou por Educação Musical, com a ideia de dar aulas. E foi todo um mundo novo que se abriu para ela. No momento de escolher o instrumento em que se queria especializar, Antoni não hesitou: escolheu a voz. “Eu cantava no coro, sempre cantei como soprano. E como sabia tocar piano, ajudava os outros músicos com os seus papéis. Sempre me destaquei. Por causa da minha voz”, explica. Mas o momento de viragem só se deu com a tal ida à Ópera de São Francisco. Depois de uma audição para um espectáculo da escola, Antoni estreou-se com A Flauta Mágica. “Sou uma soprano ligeira. Na altura tinha uma voz pequena, porque não tinha formação clássica. E todos me diziam que eu devia cantar música barroca, mas eu não queria ouvir isso, porque achava que ainda estava a desenvolver a voz.” Terminado o curso, ofereceram-lhe o primeiro papel profissional numa ópera - em Turn of the Screw, de Benjamin Britten. “Não podia ter tido uma estreia melhor. Fiz o papel de uma rapariga pequena. Eu era a Flora, porque era baixinha. Percebo os estereótipos. Eu parecia uma rapariguinha, mas sabia cantar. E era uma música difícil. E eu era boa música”, recorda. Seguiu-se a entrada no Westminster Choir College, que fica na cidade de Princeton, apesar de não fazer parte da famosa universidade, e levou Antoni para a Costa Leste. Ali tirou o mestrado em Performance Vocal e Pedagogia. “Foi uma loucura. Nunca tinha estudado tanto na minha vida”, diz. E continua: “Era obrigatório cantar em coro, mas coro de orquestra. Então, cantámos com a Filarmónica de Nova Iorque. E cantámos Mahler com a Mahler Chamber Orchestra, no Carnegie Hall, no seu 75.º aniversário. E cantámos a 5.ª Sinfonia de Beethoven. E a 9.ª também, no Carnegie Hall. E estávamos todos a chorar. Todos nós, nerds, a chorar enquanto cantávamos.” Nesses anos, ganhou o hábito de apanhar o comboio até Nova Iorque para ir às audições. E foi conseguindo alguns papéis. Às vezes com a sorte a ajudar, como quando a soprano de que era suplente ficou doente e a convidaram para atuar na Hungria ou, quando o mesmo voltou a acontecer, permitindo-lhe atuar na estreia de Hotel Casablanca, levando o crítico do jornal The New York Times a escrever como “roubou as cenas com a sua voz e a sua personalidade alegre”. Pouco depois, e seguindo o conselho do agente que lhe estava sempre a dizer para se mudar para a Europa, Antoni aproveitou uma oportunidade e foi viver uns meses na Suíça, numa aldeia chamada Savognin, no cantão de Grisões. Mas se estava no centro da Europa, a verdade é que as prometidas audições não surgiram e Antoni acabou por voltar para os EUA ao fim de quatro meses e meio. Estávamos em 2009 e as coisas não estavam fáceis. Para se sustentar enquanto continuava a ir às audições, Antoni arranjou um emprego como rececionista numa agência de publicidade. E foi aí que conheceu o futuro marido, Murilo, que era o diretor da Pós-produção. Casaram-se. Antoni começou então a entrar na cena musical filipina. E logo com a adaptação de um clássico da literatura filipina, Noli me Tangere, de José Rizal. “Há uma ópera escrita sobre ele nos anos 50 e um casal filipino-americano queria produzi-la em Nova Iorque, financiada pela empresária filipino-americana Loida Lewis”, explica Antoni, que foi escolhida para o papel principal. Mas a soprano sabia que aquele não era o papel certo para a sua voz, e quando quiseram levar o espectáculo para Washington, exigiu mudar de papel. “Disse-lhes: ‘Quero cantar o papel de coloratura, porque é o mais adequado para a minha voz’”, recorda agora, sublinhando que aquela foi a primeira vez em que se defendeu como artista. Correu tão bem que a ópera foi levada para as Filipinas, dando a Antoni a oportunidade de voltar ao seu país natal, mas desta vez em Manila, onde conta: “Até a forma como falam é muito diferente.” Criada a falar inglês e bisaya, o dialeto de Cebu, o tagalog que foi obrigada a aprender na escola ganhou mais fluência quando teve de decorar o papel para esta ópera. Casada desde 2014 com o brasileiro Murilo, mãe de Emilia, de 6 anos, e Álvaro, de 4, Antoni não esconde que ser mãe ainda pode ser um tabu no mundo da ópera. “As pessoas olham-nos de forma diferente quando decidimos ter filhos.” Mas não desistiu, continuou a ir a audições, levando a bebé ou deixando-a com amigos. E os trabalhos iam surgindo. Mas tudo mudou com a pandemia. “Fechou tudo”, recorda Antoni, admitindo que não teve disponibilidade mental para procurar as formas alternativas de chegar ao público que alguns artistas adotaram. Na altura, estavam a viver em New Jersey e Antoni estava grávida do segundo filho. De Ponta do Sol para Lisboa É neste mundo pandémico que Antoni e Murilo decidem mudar-se para Portugal. Mas porquê Portugal, pergunto? “Sempre quis viver na Europa”, responde a soprano. E vai dando razões, desde a fuga ao ambiente político que se vive na América, à segurança, ao estilo de vida mais descontraído, passando por saberem que, mesmo que não pudessem ter um seguro de saúde, o Serviço Nacional de Saúde existe. Quando Murilo teve de ficar em teletrabalho, perceberam que o momento chegara. Estávamos em agosto de 2021 e a escolha foi a ilha da Madeira. “É linda e a internet é boa”, explica Antoni, negando ter sido convencida por amigos, mas admitindo que o facto de o marido ser brasileiro e falar português talvez a tenha influenciado. Instalados em Ponta do Sol, com os filhos e os dois cães que trouxeram da América, Antoni começou a trabalhar para uma agência, em Viena, que fazia Relações Públicas para artistas, especializando-se em maestros e cantores de ópera cuja promoção garante nas redes sociais - uma atividade que mantém até hoje. Mas isso não amenizou a sensação de perda por não poder cantar. “Foi como se algo tivesse sido cortado da minha vida, arrancado de mim”, tenta explicar. Até que um dia foi a um concerto barroco. E gostou tanto que, no final, se apresentou ao maestro e, dias depois, este convidou-a para cantar com eles. Só com o fim da pandemia, em 2022, é que Antoni e a família se mudaram para Lisboa. Murilo teve de ficar para trás por causa das autorizações dos cães. E Antoni chega com duas crianças pequenas e dez malas de viagem. Ao ver o apartamento, vazio e sujo, decide ir comprar uma esfregona. Quando ia a caminho do supermercado viu uma loja de produtos filipinos - “e comecei a chorar”. “Tinha molho de soja. E tinha vinagre. E comida filipina. E gelado filipino. Tudo aquilo de de que eu estava a precisar”, continua. A dona da loja era Leilani Yu, presidente da Associação Filipina Portuguesa, e foi ela quem desafiou Antoni a ser jurada num concurso de canto por ocasião do Dia Nacional das Filipinas. Aí conheceu Sara Fonseca e José António Falcão, os organizadores do Festival Terras Sem Sombra, e surgiu o convite para atuar em Arraiolos. “Só quero fazer o trabalho de que gosto e quero trabalhar com pessoas que sejam boas e que também gostem do que fazem. E acho que posso encontrar isso aqui”, garante.
16/06/25 Sul Informação Online
O que é que as Filipinas têm a ver com Castelo de Vide? E os filhos do hipericão?
Há por aí muitos filhos do hipericão , disse o botânico João Farminhão, segurando na mão uma flor amarela de Hypericum perforatum e arrancando, ao mesmo tempo, uma gargalhada da sua atenta audiência. É que, explicou, esta planta, muito utilizada nas mezinhas, tem de ser usada com cuidado, devido às interações com medicamentos, nomeadamente com a pílula , já que diminui a sua eficácia. Esta foi uma das muitas informações preciosas que o botânico e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, de forma simples e clara, transmitiu aos participantes da atividade de salvaguarda do património do Festival Terras sem Sombra, em plena Serra de São Mamede, frente à vila de Castelo de Vide. Entre a Medicina e a Gastronomia: Plantas Terapêuticas e Aromáticas da Serra de São Mamede era a proposta e, mesmo numa manhã de domingo de muito calor, num curto percurso de um quilómetro, foi isso que os participantes obtiveram. No fim de semana de 7 e 8 de Junho, o Festival Terras sem Sombra, que vai percorrendo diversas localidades do Alentejo profundo, rumou a Castelo de Vide, terra do médico e botânico do século XVI Garcia de Orta. João Farminhão recordou esse seu colega de há 500 anos, dizendo que algumas das espécies que ocorrem na Serra de São Mamede, fruto da sua geologia e geografia, que deram origem a uma vegetação singular, podem ter sido observadas por Garcia de Orta , sugerindo uma continuidade no uso e conhecimento das plantas medicinais na região . Hipericão Dedaleira Dedaleira esporas-bravas Giesta-azul Giesta-azul Urze Cistus hirsutus olho-de-perdiz olho-de-perdiz Pelo caminho, enquanto os grifos (Gyps fulvus) sobrevoavam o grupo, João Farminhão foi falando das várias plantas - a cravina-portuguesa (Dianthus caryophyllus) típica destes ambientes agrestes , a uva-de-gato (Cissus incisa), planta trepadeira utilizada em medicina tradicional para tratar dores articulares, a escabiosa (Scabiosa spp.), uma planta com flores que parecem uma escova, o cardo-de-Salamanca ou serrinha (Centaurea salmantica), a dedaleira (Digitalis spp.), as esporas-bravas, que são uma linária (Linaria triornithophora), a giesta-azul, que nem sequer é uma giesta e é uma das plantas preferidas do decano da botânica Jorge Paiva (Polygala microphylla), o suspiro-roxo (Sixalix atropurpurea), a a perpétua-das-areias (Helichrysum stoechas). Destacou ainda o facto de aquela serra, classificada como Parque Natural, ter um coberto florestal onde pontifica o carvalhal, formado por carvalho-negral (Quercus pyrenaica), cujas características mostrou, com destaque para o interior felpudo das folhas. Farminhão enfatizou a importância de conhecer e preservar essas espécies, não apenas pelo seu valor medicinal e gastronómico, mas também devido ao papel ecológico que desempenham na Serra de São Mamede . Esta serra, acrescentou, tem uma flora muito peculiar, adaptada a condições de crescimento muito exigentes , em que é necessário haver economia de água . Daí o facto de haver muitas suculentas, bem como plantas com compostos aromáticos, que também lhes permitem economizar água . Do ponto de vista biológico, já não estamos, de facto, no Alentejo, mas nos montes de Toledo , a designação fito-biológica desta vasta região onde se situa a Serra de São Mamede, com as suas plantas endémicas, disse ainda João Farmilhão. Visita guiada por Teresa Nobre de Carvalho Garcia de Orta, segundo a escultura de João Cutileiro Teresa Nobre de Carvalho Mas este fim de semana em Castelo de Vide tinha começado na tarde de sábado, com uma visita ao pequeno, mas interessante, museu dedicado a Garcia de Orta, que funciona no edifício das antigas termas da vila. A visita foi guiada por Teresa Nobre de Carvalho, da Universidade Nova de Lisboa e curadora da exposição, que falou sore o percurso de vida do médico português do século XVI, verdadeiro homem do Renascimento que se tornaria numa das principais figuras da botânica quinhentista na Europa, com a sua obra seminal Colóquios dos Simples e Drogas da Índia (1563), escrita em Goa e que teve sucessivas edições em diferentes línguas. Depois, ainda antes do concerto da noite - ponto alto do Festival Terras sem Sombra -, teve lugar uma receção, para convidados, por ocasião do Dia da Independência das Filipinas, no átrio frente à Câmara Municipal de Castelo de Vide. A convite do embaixador das Filipinas em Lisboa, Paul Raymund P. Cortes, e tendo como convidado de honra o presidente da Câmara António Pita, a receção começou com um diálogo de músicas - de um lado a banda Bandustika, de Castelo de Vide, a quem respondeu o coro The Philippine Madrigal Singers, só para abrir o apetite para o concerto dessa noite. Como não podia deixar de ser, a receção, marcada pelo ambiente de boa disposição, incluiu gastronomia - das Filipinas e do Alentejo - e teve até direito a um vinho especial para assinalar o Dia da Independência daquele país da Ásia. Mas o que é que têm as Filipinas a ver com o Festival Terras sem Sombra e com Castelo de Vide? Este que é o maior país católico da Ásia (e um dos maiores do mundo) é, em 2025, o convidado deste festival que leva a grande música ao Alentejo. Além disso, como salientou o presidente da Câmara António Pita, Castelo de Vide é a terra natal de Garcia de Orta, que deu a conhecer à Europa os segredos das novas plantas descobertas na Ásia, nesses tempos longínquos do vibrante século XVI. Ligações que o embaixador Paul Raymund P. Cortes fez questão de sublinhar, ao escolher Castelo de Vide para assinalar o Dia Nacional do seu país. Aliás, como frisou o diplomata, foi a primeira vez que tais comemorações, em Portugal, tiveram lugar fora de Lisboa. Por seu lado, José António Falcão, diretor-geral do Terras sem Sombra, sublinhou o momento único a criar pontes entre duas culturas, a portuguesa e a filipina, numa das mais fantásticas vilas do nosso país . À noite, a ampla Igreja Matriz de Castelo de Vide foi pequena para acolher todas as pessoas - e foram largas centenas - que quiseram ouvir um dos melhores grupos corais do mundo, The Philippine Madrigal Singers. Com uma disposição das vozes diferente de um grupo coral do Ocidente, alternando homens e mulheres, todos sentados, o programa apresentado navegou por canções religiosas e tradicionais filipinas, servidas pelo extraordinário conjunto de vozes. Algumas músicas eram pontuadas por gestos elegantes, outras por instrumentos filipinos, outras ainda eram cantadas por solistas. Mesmo não percebendo o que era cantado, a audiência vibrou e reagiu à beleza das composições e à harmonia das interpretações, aplaudindo de forma entusiástica. E foi de maneira muito bem-disposta, entre aplausos e gargalhadas, que The Philippine Madrigal Singers terminaram, interpretando a canção "Da Coconut Nut", composta pelo seu compatriota filipino Ryan Cayabyab em 1991. Uma canção que, com o seu ritmo tropical e letra divertida, se tornou um êxito instantâneo, interpretado em todo o mundo... até na igreja de Castelo de Vide. No fim, um casal de motards portugueses que tinha descoberto o concerto por acaso, comentou: foi uma maravilhosa surpresa! António Pita a acabar de preparar a sopa de "pêxe" No domingo, depois do percurso a pé à descoberta da flora da Serra de São Mamede, mas apenas para os convidados portugueses e filipinos, à sombra das grandes árvores do Jardim Municipal, foi o próprio presidente da Câmara que acabou de preparar e serviu uma comida típica de Castelo de Vide: uma sopa de peixe... ou de pêxe , como por lá se diz. Feita com peixes do rio Sever, que nasce ali na serra e desagua no Tejo, marcando grande parte da fronteira entre o distrito de Portalegre e Espanha, esta sopa era feita por homens , como os guardas fiscais que vigiavam a raia. Usando os produtos da sua horta e os peixes que pescavam no Sever - barbo, carpa e lucioperca -, perfumada com orégão e outras ervas, o resultado era uma sopa olorosa e cheia de sabor. Neste almoço tendo como anfitrião o autarca António Pita, não faltaram a carpa grelhada com molho de azeite, alho e ervas -uma delícia - ou o lucioperca, bem fritinho, além dos queijos e enchidos da zona. Se a ideia era mostrar aos cantores e diplomatas filipinos que o Alentejo sabe receber muito bem e que o Festival Terras sem Sombra é algo muito à parte, o objetivo foi plenamente conseguido. Depois de este fim de semana estar em Mourão, o festival ruma, no fim de semana de 8 e 9 de Julho, a Ferreira do Alentejo. E, de novo, com um programa que junta música, património e biodiversidade.
15/06/25 Notícias de Castelo de Vide Online
António Pita recebeu embaixador e comitiva da República das Filipinas no Salão Nobre dos Paços do Concelho
O presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide, António Pita, recebeu no Salão Nobre dos Paços do Concelho o embaixador e a comitiva da República das Filipinas que assinalou em Castelo de Vide o 125º aniversário da independência daquele país. As cerimónias decorreram no quadro do Festival Terras sem Sombra deste ano de que as Filipinas são este ano o país convidado. “Num mundo cheio de conflitos, ódios e guerra, Castelo de Vide afirma-se como um território que promove a paz, a união e a fraternidade entre os povos. Durante seis dias a comitiva das Filipinas esteve entre nós e conheceu a riqueza da história da nossa vila e a nobreza da nossa alma”, refere António Pita nas redes sociais. Para o autarca, “o diálogo e o respeito mútuo entre os povos, a tolerância pelas culturas e religiões diferentes e a construção de pontes institucionais foi sempre o caminho onde historicamente Portugal se afirmou como país exemplo para o mundo”. António Pita deixou nas redes sociais o seu “público agradecimento ao Festival Terras sem Sombra por ter proporcionado estes momentos absolutamente inesquecíveis”
14/06/25 Atual Online
Mourão: Festival TSS apresenta Quarteto de Cordas da Orquestra da Costa Atlântica
O Festival Terras Sem Sombra apresenta-se no concelho raiano de Mourão, com um concerto, esta noite, do Quarteto de Cordas da Orquestra da Costa Atlântica intitulado "Cantos da Terra: O Eterno Feminino". A visita ao património, propõe uma jornada de conhecimento sob o tema Uma Aldeia da Raia: História e Património de Granja. O concerto marcado para as 21.30 horas vai ter como cenário a igreja matriz de Nossa Senhora das Candeias, em Mourão, encaixada no castelo desta vila fronteiriça. Cantos da Terra: O Eterno Feminino intitula o concerto entregue à mestria do Quarteto de Cordas da Orquestra da Costa Atlântica, ensemble que reúne os intérpretes David Lloyd e Fabiana Fernandes (violinos), Catarina Gonçalves (viola d'arco) e António Ferreira (violoncelo). Na noite mouranense, o concerto apresenta três obras que exploram espiritualidade, memória e destino, num convite à introspeção sobre os ciclos da vida e a presença eterna do feminino na arte. A compositora do século XX Florence Price faz-se presente com a peça Adoration uma devoção luminosa e feminina. Por seu turno, um extraordinário compositor do século XIX, Franz Schubert, marca o programa, com o dramático Quarteto n.º 14,A Morte e a Donzela, onde o confronto entre vida e morte é expresso em intensos movimentos, simbolizando o eterno feminino. De tarde, pelas 15.00 horas, a atividade dedicada aos traços patrimoniais decorre sob o tema Uma Aldeia da Raia: História e Património de Granja , com ponto de encontro na igreja de São Brás, sob a condução de Vítor Serrão, professor catedrático emérito da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e um dos maiores conhecedores do património artístico de Portugal. No extremo oriental do concelho de Mourão, Granja cuida de uma herança de séculos. Última povoação do distrito de Évora antes de pisar solo espanhol, esta aldeia alentejana é mais do que um marco geográfico junto à fronteira: é um território de substratos históricos, de memórias e de persistência cultural. Implantada a escassos metros da ribeira de Alcarrache - braço serpenteante do grande lago de Alqueva - Granja é hoje uma das aldeias ribeirinhas do maior lago artificial da Europa. O lugar remonta ao século XIII, com menções à Granja do Hospital , administrada então pela Ordem dos Freires do Hospital. O passado da localidade manifesta-se num riquíssimo património: pontes de origem romana e árabe sobre os rios Alcarrache e Godelim, chaminés mouriscas e, sobretudo, o património religioso. A igreja paroquial, do século XVI, destaca-se pela volumetria sóbria e planta rectangular. A poucos metros, a Igreja de São Brás, do século XIV, encontra-se classificada como Monumento de Interesse Público. Completa o conjunto a singela igreja da Misericórdia, no coração da povoação. No domingo de manhã, pelas 9.30 horas o Festival TSS oferece a atividade de salvaguarda da biodiversidade. Natureza Animal e Sinal de Identidade: A Raça Brava de Lide dá o mote à incursão na Herdade da Galeana, numa ação conduzida por Joaquim Murteira Grave, médico veterinário e um dos grandes peritos internacionais no respeitante à conservação e melhoria do gado bravo. Com ponto de encontro no Largo da Fonte Luminosa, em Mourão, a atividade propõe dar a conhecer uma herdade implantada em perto de 1000 hectares. Uma área privilegiada de montado, sistema agro-silvo-pastoril que combina pastagens, vegetação autóctone - como o sobreiro e a azinheira -, e a criação extensiva de gado. É neste contexto que encontramos o touro bravo, espécie adaptada a este ecossistema, animal com uma estrutura corporal robusta, chifres desenvolvidos, com poderoso instinto de defesa e rara coragem.
14/06/25 Planície Online
Festival Terras sem Sombra em Mourão propõe "música de excelência"
O concelho de Mourão, um território de luz vasta e generosa, de horizontes largos, tecidos sob a forma de planície, mas também de águas abundantes, oferecidas por Alqueva, serve de palco a mais um fim de semana de actividades do Festival Terras sem Sombra, a 14 e 15 de junho, uma actividade guiada pelo historiador de arte, José António Falcão. Na sua 21.ª edição, subordinada ao tema "Autoras, Intérpretes, Musas: O Eterno Feminino e a Condição da Mulher na Música (Séculos XIII-XXI)", a incursão do festival em terras mouranenses propõe-nos uma abordagem tripartida: música de excelência, património quase desconhecido e um olhar atento a um sector de excepção da biodiversidade. Na componente musical, destaque para o concerto do Quarteto de Cordas da Orquestra da Costa Atlântica, que explora a espiritualidade, a memória e a presença intemporal da mulher na arte. Está agendado para hoje às 21h30 na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias, em Mourão. A dimensão patrimonial propõe a visita à aldeia raiana de Granja, em périplo ao tecido histórico e cultural do povoado. No domingo, o festival ruma à Herdade da Galeana, às 9h30, numa jornada de conhecimento da raça brava de lide, prova de que o montado pode ser, simultaneamente, espaço de afirmação cultural e de conservação da biodiversidade. O ponto de encontro é no Largo da Fonte Luminosa, em Mourão. Nesta apresentação na vila histórica, o Terras sem Sombra conta com a parceria do Município de Mouão. Sublinhe-se o regresso, em 2025-26, ao apoio sustentado da Direcção-Geral das Artes, obtido mediante concurso público.
13/05/25 Atual Online
Arronches: FTSS apresenta concerto em torno de Nossa Senhora e a música espiritual
O Festival Terras sem Sombra apresenta-se, no próximo fim-de-semana, no concelho de Arronches, com o concerto Sob o Teu Manto: Aspetos da Vida de Nossa Senhora na Música (Séculos XI-XXI). A atividade de Património tem como tema Territórios Rituais: A Arte Rupestre na Freguesia de Esperança , com o arqueólogo e No mês consagrado a Maria, o concerto de sábado, 17 de maio, pelas 21.30 horas, na igreja matriz de Arronches, exalta a Mãe, a Rainha e a intercessora. Sob a direção musical de Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita conduz os espetadores numa viagem musical que começa na solenidade do canto gregoriano, atravessa os refinamentos da polifonia renascentista, barroca e romântica e desemboca na vibrante linguagem da criação contemporânea. Um périplo ao longo de dez séculos em que a figura da Mãe de Deus se revela sob múltiplas luzes - ora na contemplação serena, ora na súplica ardente -, através de obras de Tomás Luis de Victoria, Gregor Aichinger, Zoltán Kodály, Jeff Enns, Eriks Esenvalds, entre outros. Fundada em 2018 por Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita, sediada na igreja de São Martinho de Cedofeita (Porto), dedica-se à música sacra no contexto litúrgico, combinando grandes repertórios do passado e criação contemporânea. Com vozes maioritariamente femininas, também atua em formação mista, primando pelo rigor estético e espiritual. Lançou em 2021 o ciclo Serões na Música Litúrgica, com nomes de referência neste âmbito. Tem realizado igualmente projetos pouco usuais no panorama musical português, como Tenho Sede (2022) e A Cidade dos Dois Sóis (2024). Interpretou obras de Eurico Carrapatoso e Benjamin Britten. Participa regularmente em festivais nacionais e internacionais, mormente FIMUV e Cistermúsica. Na tarde de sábado, a anteceder o concerto, a atividade Património convida os participantes a enveredar pela freguesia de Esperança. Com ponto de encontro, às 15.00 horas, no Centro Interativo da Ruralidade de Arronches, a iniciativa tem por mote Territórios Rituais: A Arte Rupestre na Freguesia de Esperança e desvela um dos mais notáveis conjuntos de arte rupestre esquemática em Portugal. Datadas do Neolítico e Calcolítico, estas pinturas, com cerca de 5000 anos, oferecem um vislumbre da vida e espiritualidade das comunidades agro-pastoris que habitaram outrora a região. O Abrigo de Vale de Junco, também conhecido como Lapa dos Gaivões, é o mais emblemático destes sítios. Descoberto em 1914, exibe figuras antropomórficas e zoomórficas, impressões de mãos e símbolos geométricos, predominantemente em tons de ocre vermelho. As representações sugerem cenas de pastorícia e rituais simbólicos, refletindo a organização social e as crenças das populações pré-históricas. A atividade é orientada pelo arqueólogo Manuel Calado, professor da Universidade de Lisboa, especializado no estudo do Megalitismo e da Pré-História europeus, com especial foco na Península Ibérica.
12/05/25 Alto Alentejo Online
Festival Terras sem Sombra em Arronches com um concerto em torno de Nossa Senhora e a música espiritual
Festival Terras sem Sombra em Arronches com um concerto em torno de Nossa Senhora e a música espiritual Após uma estreia auspiciosa em Arronches em 2024, o Festival Terras sem Sombra regressa a 17 de Maio a este território do Alto Alentejo com um programa que alia a grande música de inspiração mariana aos traços patrimoniais da região. O concerto da noite de sábado propõe a itinerância por um repertório musical atento às múltiplas dimensões da vida de Nossa Senhora: a jovem mãe, a rainha celeste, a intercessora compassiva, a mulher glorificada. Vai actuar um dos mais interessantes coros litúrgicos da actualidade, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita, do Porto, sob a direcção musical de Nuno Miguel de Almeida. Já a componente patrimonial convida-nos a recuar cinco milénios, na visita a um dos mais notáveis conjuntos de arte rupestre em Portugal, tendo como orientador o arqueólogo e professor universitário Manuel Calado. Nesta apresentação em Arronches, o TSS conta com a parceria do município local. De salientar também o regresso, em 2025-2026, ao apoio sustentado da Direcção-Geral das Artes, obtido mediante concurso público. Um concerto de profundo significado cultural e simbólico No mês consagrado a Maria, o concerto de sábado, 17 de Maio (21h30), na igreja matriz de Arronches, exalta a Mãe, a Rainha e a intercessora. Sob a direcção musical de Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita conduz-nos numa viagem musical que começa na solenidade do canto gregoriano, atravessa os refinamentos da polifonia renascentista, barroca e romântica e desemboca na vibrante linguagem da criação contemporânea. Um périplo ao longo de dez séculos em que a figura da Mãe de Deus se revela sob múltiplas luzes - ora na contemplação serena, ora na súplica ardente -, através de obras de Tomás Luis de Victoria, Gregor Aichinger, Zoltán Kodály, Jeff Enns, Eriks Esenvalds, entre outros. Figura incontornável do imaginário espiritual e artístico do Ocidente, a Virgem tem constituído uma fonte inesgotável de inspiração musical desde os primórdios da Cristandade. Sob o Teu Manto: Aspectos da Vida de Nossa Senhora na Música (Séculos XI-XXI) é, assim, um tributo mariano, onde o sagrado se faz canto e a arte se torna oração. Fundada em 2018 por Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita, sediada na igreja de São Martinho de Cedofeita (Porto), dedica-se à música sacra no contexto litúrgico, combinando grandes repertórios do passado e criação contemporânea. Com vozes maioritariamente femininas, também actua em formação mista, primando pelo rigor estético e espiritual. Lançou em 2021 o ciclo Serões na Música Litúrgica, com nomes de referência neste âmbito. Tem realizado igualmente projetos pouco usuais no panorama musical português, como Tenho Sede (2022) e A Cidade dos Dois Sóis (2024). Interpretou obras de Eurico Carrapatoso e Benjamin Britten. Participa regularmente em festivais nacionais e internacionais, mormente FIMUV e Cistermúsica. Natural do Porto (1993), Nuno Miguel de Almeida estudou Piano, Órgão e Composição, licenciando-se em Direcção e Formação Musical pela Universidade de Aveiro. Mestre em Direcção Coral, tem dirigido vários agrupamentos, integra a equipa da Orquestra Sinfónica de Leiria e lidera a Schola Gregoriana de Cedofeita e os Moços do Coro, actuando regularmente em Portugal e no estrangeiro. Um notável quadro da arte rupestre alentejana A anteceder o concerto, a tarde de sábado (15h00) convida os participantes na actividade de Património a enveredar pela freguesia de Esperança. Com ponto de encontro no Centro Interactivo da Ruralidade de Arronches, a iniciativa tem por mote Territórios Rituais: A Arte Rupestre na Freguesia de Esperança e desvela um dos mais notáveis conjuntos de arte rupestre esquemática em Portugal. Datadas do Neolítico e Calcolítico, estas pinturas, com cerca de 5000 anos, oferecem um vislumbre da vida e espiritualidade das comunidades agro-pastoris que habitaram outrora a região. O Abrigo de Vale de Junco, também conhecido como Lapa dos Gaivões, é o mais emblemático destes sítios. Descoberto em 1914, exibe figuras antropomórficas e zoomórficas, impressões de mãos e símbolos geométricos, predominantemente em tons de ocre vermelho. As representações sugerem cenas de pastorícia e rituais simbólicos, reflectindo a organização social e as crenças das populações pré-históricas. Na região existem outros abrigos significativos, como o de Pinho Monteiro, descoberto em 1981 na Serra da Cabaça, e a Lapa dos Louções. Estes locais revelam pinturas semelhantes, reforçando a importância cultural e arqueológica da área. A actividade é orientada por um grande conhecedor do tema, o arqueólogo Manuel Calado, professor da Universidade de Lisboa, especializado no estudo do Megalitismo e da Pré-História europeus, com especial foco na Península Ibérica. Ao longo da sua carreira, tem investigado monumentos como antas, cromeleques e arte rupestre, contribuindo para a valorização e compreensão do património arqueológico nacional. É autor de diversos artigos e livros de referência sobre sociedades pré-históricas e práticas funerárias Sublinhe-se que devido ao ato eleitoral de 18 de Maio próximo, a habitual actividade de domingo, dedicada à Salvaguarda da Biodiversidade, foi cancelada. O TSS prossegue a sua programação a 7 a 8 de Junho com um fim-de-semana em Castelo de Vide. No sábado (15h), a visita de património - 'Não Hei-de Dizer Senão a Verdade': Garcia de Orta no seu Museu - celebra a vida e o legado deste notável filho da terra. À noite (21h30), o virtuosismo do canto coral filipino apresenta-se em todo o seu esplendor com os The Philippine Madrigal Singers e no domingo, 8 de Junho (9h30), a actividade de salvaguarda da biodiversidade detém-se no tema Entre a Medicina e a Gastronomia: Plantas Terapêuticas e Aromáticas da Serra de São Mamede .
12/05/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Sob o Teu Manto: Aspetos da Vida de Nossa Senhora na Música (Séculos XI-XXI)
O Festival Terras sem sombra apresenta, em Arronches, o Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita, sob a direcção de Nuno Miguel de Almeida, um dos mais interessantes coros litúrgicos da atualidade. O programa abarca dez séculos de criação artística inspirada na figura de Maria, um tributo mariano, onde o sagrado se faz canto e a arte se torna oração. No mês consagrado a Maria, o quarto concerto da temporada de 2025 do Festival Terras sem Sombra exalta a Mãe, a Rainha e a intercessora. Sob a direção musical de Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita conduz-nos numa viagem musical que começa na solenidade do canto gregoriano, atravessa os refinamentos da polifonia renascentista, barroca e romântica e desemboca na vibrante linguagem da criação contemporânea. Um périplo ao longo de dez séculos em que a figura da Mãe de Deus se revela sob múltiplas luzes – ora na contemplação serena, ora na súplica ardente –, através de obras de Tomás Luis de Victoria, Gregor Aichinger, Zoltán Kodály, Jeff Enns, Eriks Ešenvalds, entre outros. Figura incontornável do imaginário espiritual e artístico do Ocidente, a Virgem tem constituído uma fonte inesgotável de inspiração musical desde os primórdios da Cristandade. «Sob o Teu Manto: Aspectos da Vida de Nossa Senhora na Música (Séculos XI–XXI)» é, assim, um tributo mariano, onde o sagrado se faz canto e a arte se torna oração. Fundada em 2018 por Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita, sediada na igreja de São Martinho de Cedofeita (Porto), dedica-se à música sacra no contexto litúrgico, combinando grandes repertórios do passado e criação contemporânea. Com vozes maioritariamente femininas, também atua em formação mista, primando pelo rigor estético e espiritual.
14/04/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Et incarnatus est: O Divino e o Humano na Música de Bach, Handel e Mozart
Na sua estreia no concelho norte-alentejano de Sousel, o Festival Terras sem Sombra apresenta a soprano Carla Caramujo e o ensemble La Nave Va, com direção musical de António Carrilho, num concerto que promete despertar os sentidos numa viagem ao século XVIII. A belíssima igreja maneirista e barroca, a matriz de Nossa Senhora da Graça, em Sousel vai acolher o terceiro concerto da 21.ª edição do Festival Terras sem Sombra, um momento musical único, revelador da mestria dos intérpretes nacionais. A poderosa voz da soprano portuguesa Carla Caramujo alia-se às emotivas interpretações do ensemble La Nave Va, sob a direcção musical do multipremiado músico António Carrilho, para interpretar Et incarnatus est: O Divino e o Humano na Música de Bach, Handel e Mozart, um programa que reserva peças de excelência, num itinerário que faz uma reflexão profunda sobre a confluência entre o celestial e o terreno nas obras de três «gigantes». Nas peças de Bach, Handel e Mozart, a transcendência encontra ressonância em harmonias complexas e na profundidade emocional que lhes é intrínseca. Uma experiência verdadeiramente a não perder!
14/04/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Na Senda de D. Nuno Álvares Pereira: Igrejas e Ermidas da Vila de Sousel
O Festival Terras sem Sombra estreia-se no concelho de Sousel com uma visita ao Património, guiada por especialistas, que promete resgatar memórias associadas à presença, nesta geografia, de D. Nuno Álvares Pereira e dar a conhecer um importante património artístico, tanto no âmbito da arquitetura religiosa como da arquitetura civil. Com ponto de encontro no Museu dos Cristos, os participantes na visita de património são desafiados a conhecer Sousel, uma antiga terra régia, ligada à Ordem de Avis. No século XV, passou para a esfera de influência da Casa de Bragança, que muito se interessou por desenvolvê-la. Permanece viva, na região, a memória de D. Nuno Álvares Pereira, que foi senhor da vila e aqui valorizou a devoção a Nossa Senhora da Orada, da sua particular veneração. Sousel possui igualmente um importante património artístico, tanto no âmbito da arquitetura religiosa como da arquitetura civil. À herança material, que inclui um notável museu – o Museu dos Cristos –, há que acrescentar o valioso legado da cultura imaterial, relacionado com os antigos ofícios, usos e costumes e com o mundo do Imaginário e do Maravilhoso. Neste território não faltam outras localidades dignas de nota, como a histórica vila de Cano, sede um antigo concelho. Marcas da identidade local a merecerem referência e visita na atividade proposta pelo TSS, sob a orientação de Ana Isabel Machadinha, técnica superior de História.
14/04/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Exuberante, porém Frágil: A Flora da Serra de São Miguel
O Festival Terras sem Sombra dinamiza, em Sousel, uma atividade no âmbito da Biodiversidade que levará os participantes, à descoberta de alguns endemismos da serra de São Miguel, verdadeiro santuário natural, ainda pouco conhecido. Tendo o ponto de encontro no Museu dos Cristos, em Sousel, a visita no âmbito da salvaguarda da Biodiversidade é dirigida por João Farminhão, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra. É sua a proposta de um “safari botânico” de que faz parte a descoberta de alguns endemismos do lugar. A serra de São Miguel constitui um tesouro praticamente intocado da biodiversidade, com realce para a flora. Sobre a singularidade do lugar, escreve o professor Farminhão, em Sítios de Interesse Botânico de Portugal Continental (Imprensa Nacional): “Para os botânicos, as serras de Sousel permaneceram terra incógnita até há bem pouco tempo. Aqui, foram encontradas quatro novas espécies para a flora portuguesa.” Acrescentando: “Uma subida ao alto de São Miguel justifica-se, entre outros motivos, pela observação do afloramento dos calcários dolomíticos que se podem ver junto à Senhora do Carmo. É, afinal, graças a estas rochas que a maioria da flora que veremos se pôde instalar na serra”. Estes “jardins liliputianos”reservam-nos a surpresa de espécies como a "Valerianella multidentata", minúsculas e delicadas plantas, sinalizadas para a flora portuguesa pela primeira vez em 2015; "Chaenorhinum rubrifolium", identificado pela primeira vez em 2004 e a minúscula cenoura-brava ("Daucus durieua"). Bons motivos para uma manhã de domingo de descoberta sob a fronde da vegetação alentejana.
31/03/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
O Barroco, essa Casa Comum: Música Europeia dos Séculos XVII e XVIII
O Festival Terras sem Sombra ruma ao concelho de Ferreira do Alentejo para uma noite de esplendor, confiada à mestria do ensemble ítalo-polaco Giardino di Delizie. Um agrupamento inteiramente dirigido e constituído por mulheres, numa justa homenagem ao tema da 21.ª edição do TSS, “Autoras, Intérpretes, Musas: O Eterno Feminino e a Condição da Mulher na Música (séculos XIII-XXI)”. O ensemble ítalo-polaco Giardino di Delizie, dirigido por Ewa Anna Augustynowicz, conta para a sua apresentação com um ambiente cénico único. O Lagar do Marmelo, em Figueira dos Cavaleiros, do Grupo Nutrifarms e com autoria do arquitecto Ricardo Bak Gordon, afirma-se como uma estrutura ultramoderna, obra de perfil visionário, qual embarcação alva a emergir no olival que lhe dá entorno. O momento é de elevação, num concerto intitulado “O Barroco, essa Casa Comum: Música Europeia dos Séculos XVII e XVIII”. As peças de compositores intemporais, como Georg Philipp Teleman, Giovanni Picchi e Johann Heinrich Schmelzer, ressoam nos instrumentos de cordas do Giardino di Delizie, fundado em 2014. Composto por especialistas em instrumentos antigos da Polónia e de Itália, formados por eminentes mestres da música antiga, o ensemble Giardino di Delizie assume a missão de redescobrir compositores esquecidos da música instrumental na Roma do século XVII, bem como aqueles que foram inspirados pela Polónia ou que viveram (e trabalharam) na Polónia. Sublinhe-se que este agrupamento já actuou em importantes festivais em Itália e no estrangeiro e gravou sete álbuns para a editora Brilliant Classics e um para Da Vinci Publishing, incluindo primeiras gravações mundiais de obras de Lonati, Colista, Stradella e Mannelli.
31/03/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Um Tesouro que Permanece in situ: O Solo e o Resgate de Carbono
O fim-de-semana do Festival Terras sem Sombra em Ferreira do Alentejo encerra com uma ação de Salvaguarda da Biodiversidade que sensibiliza para a importância do solo na fixação do carbono, contribuindo para a mitigação das alterações climáticas e reforçando o compromisso com a preservação ambiental. A atividade tem como ponto de encontro a igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Ferreira do Alentejo. Luísa Coelho, engenheira agrónoma e doutora em Ciências Agrárias e Ambientais, investigadora do MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, com sede na Universidade de Évora, guiará a atenção dos participantes rumo ao solo, um dos maiores aliados no combate às alterações climáticas. O solo atua como um reservatório natural de carbono, absorvendo CO2 da atmosfera através das plantas e raízes. No entanto, para que essa função seja eficaz, é essencial adoptar práticas que preservem e fortaleçam a sua saúde. Neste contexto, há que sublinhar a importância da agricultura regenerativa, uma das formas mais promissoras de potencializar o resgate de carbono. Ao longo da atividade, os participantes são convidados a conhecer técnicas, como a rotação de culturas, como forma de evitar o empobrecimento da terra; o plantio direto, que reduz o revolvimento da terra; e o uso de adubos orgânicos e compostagem, que enriquecem a fertilidade do solo de forma natural. Uma ocasião notável para refletir sobre um problema candente da sociedade atual.
31/03/25 CNC - Centro Nacional de Cultura Online - E-Cultura Online
Em Terras da Deusa Fortuna: A Aldeia e a Freguesia de Alfundão
A atividade de Património, na segunda etapa do roteiro de 2025 do Festival Terras sem Sombra, propõe uma incursão a Alfundão, uma histórica aldeia do concelho de Ferreira do Alentejo onde a presença de inscrições dedicadas à deusa Fortuna revela segredos da história e da identidade local. Com ponto de encontro na igreja paroquial de Nossa Senhora da Conceição, em Alfundão, a iniciativa intitula-se "Em Terras da Deusa Fortuna: A Aldeia e a Freguesia de Alfundão" e conta com orientação de dois reconhecidos especialistas: Maria João Pina, coordenadora do Museu Municipal de Ferreira do Alentejo, acompanhada por José António Falcão, historiador de arte. Aos participantes é deixado um desafio, o de calcorrearem as ruas de uma localidade de profundas raízes alentejanas em busca das marcas histórico-identitárias da localidade. Pequena em dimensão, mas grande em história, Alfundão foi outrora vila e senhorio medieval e guarda vestígios de um passado que se estende da época romana até aos dias de hoje. O seu nome, mais do que provável herança da família Fundana, atravessou séculos, moldado por romanos, mouros e cristãos. Vozes do passado que ressoam nas inscrições dedicadas à deusa Fortuna, testemunhos da presença romana. Durante o período visigótico, ergueu-se ali uma igreja, precursora da actual igreja paroquial, interessante edifício do século XVI. A capela de São Sebastião, a ponte romana e o chafariz contam a história de um tempo em que Alfundão se afirmava como importante centro de comércio.
20/03/25 Dfa.gov
Philippines Opens Terras Sem Sombra Festival as 2025 Guest of Honor with Tribute to Women
LISBON 20 March 2025 — The Philippines opened the 21st edition of the Terras sem Sombra Festival with a concert of Filipina soprano, Ms. Antoni Mendezona, on 15 March 2025 at the Igreja de Miserecordia do Arraiolos in the Municipality of Arraoilos, Portugal. This year's festival theme, “Autoras, Intérpretes, Musas: O Eterno Feminino e A Condição Da Mulher Na Música (Séculos XIII-XXI)” (Authors, Performers, Muses: The Eternal Feminine and the Status of Women in Music, 13th-21st Centuries), found its expression through the performance of a Filipina opera singer. In his welcome remarks, Chargé d’Affaires Lou Bryan R. Macabodbod underscored the commitment of the Philippine Embassy in honoring the extraordinary contributions of women across all fields, especially during the celebration of Women’s Month in March. He also expressed pride in showcasing a talented Filipina artist who embodies excellence and empowerment in the arts and culture, made even more meaningful by the event being held in a municipality led by women. Mayor Sílvia Cristina Tirapicos Pinto, President of the Câmara Municipal do Arraiolos, expressed her profound appreciation to the Philippine Embassy and organizers of the Terras sem Sombra Festival for sharing an evening of renowned Filipina talent that will be remembered by the people of Arraiolos. Dr. José António Falcão, Artistic Director of the Terras Sem Sombra Festival, recognized the Philippine Embassy’s unwavering support and commitment to enriching this year’s Festival program. Ms. Mendezona, accompanied by the esteemed Portuguese Maestro Nuno Margarido Lopes, delivered a powerful performance entitled "Mundos Convergentes: A Canção Filipina e A Canção Europeia" (Converging Worlds: Philippine Song and European Song). She began the concert with well-loved Filipino songs such as Sa Ugoy ng Duyan, a Filipino lullaby about the extraordinary power of a mother’s love and care composed by national artists Lucio San Pedro and Levi Celerio. She also gave a nod to two iconic Filipina coloraturas, Sylvia La Torre and Jovita Fuentes, by including Sa Kabukiran and Ay Kalisud in her repertoire. Ms. Mendezona also treated the audience to her renditions of great songs from European and Portuguese composers. The event reached its emotional pinnacle as the Filipina soprano took the stage for her final performance of the evening—this time, holding her two children in a touching display of love, motherhood, and artistry. Her powerful voice filled the venue, weaving together a story of passion, perseverance, and the profound role of women in the arts. The concert culminated in a resounding standing ovation from the audience of over 120 guests composed of local government officials, members of the diplomatic corps, residents from Arraiolos and nearby towns in Alentejo, members of the media, and followers of the Terras Sem Sombra Festival. This concert marked the beginning of the Philippines' year-long program as Country Guest of Honor, wherein the Philippine Embassy aims to highlight the boundless ingenuity of Filipinos, foster mutual respect, and deepen people-to-people connections between the two nations.
11/03/25 Diário de Notícias
‘Terras Sem Sombra’ leva as Filipinas a Arraiolos
Na cerimónia de apresentação da 21.ª temporada do Terras Sem Sombra, ontem realizada em Lisboa, o diretor-geral do festival, José António Falcão, declarou-se “extremamente satisfeito por ser possível receber as Filipinas como o país convidado em 2025, o que vai permitir ir ao encontro não só de outros aspetos do património musical desse vasto país, com raízes sonoras muito diversificadas, mas também receber intérpretes de grande valor artístico, que triunfam nos grandes palcos do mundo”. E já no próximo fim de semana de 15 e 16 , a soprano filipina Antoni Mendezona atuará em Arraiolos, acompanhada pelo pianista português Nuno Margarido Lopes. Festival criado em 2003, e que associa a música clássica à defesa do património cultural e à salvaguarda da biodiversidade, o Terras sem Sombra vai percorrer o Alentejo até dezembro, passando por 14 concelhos dos distritos de Beja, Évora, Portalegre e Setúbal. Marcará também presença, nesta temporada, no concelho ribatejano de Coruche e em duas localidades espanholas com uma forte ligação a Portugal. Anfitrião na cerimónia, o embaixador Paul Raymund P. Cortes disse que esta temporada do festival constitui “um marco no intercâmbio cultural entre as Filipinas e Portugal” e relembrou que desde 2019 que artistas filipinos atuam no Alentejo, já no âmbito do Festival Terras Sem Sombra, “da cativante soprano Manila Adap, em Cuba, à maestria do piano de Lawrence Alinganga, em Ferreira do Alentejo, as performances virtuosas do dr. Raul Sunico, em Odemira e Mourão, as harmonias encantadoras do duo Nightingales, em Mértola, e as vozes inspiradoras do coro jovem Sing Philippines, em Arronches”. Na noite do próximo sábado, em Arraiolos, o concerto de Antoni Mendezona e Nuno Margarido Lopes, na Igreja da Misericórdia, terá como mote “Mundos convergentes: A Canção Filipina e a Canção Europeia”, um tema que se reveste de especial significado quando se pensa que o primeiro europeu nas Filipinas foi o português Fernão de Magalhães. Na tarde de sábado, a atividade relacionada com o património cultural acontecerá no Castelo de Arraiolos, enquanto na manhã de domingo a ação ligada à biodiversidade será a visita à Herdade de Coelheiros. O programa é de acesso livre e gratuito, como é tradicional no Terras Sem Sombra. José António Falcão, historiador que tem laços profundos com o Alentejo, sublinhou que esta temporada tem como tema “o eterno feminino e a condição da mulher na música” e aproveitou igualmente a cerimónia na Embaixada das Filipinas para anunciar o regresso do Prémio Internacional Terras Sem Sombra, a entregar em local e data a definir.